A rede social TikTok está aumentando sua influência como fonte de informação entre jovens de 18 a 24 anos em todo o mundo, enquanto o Facebook vê o seu impacto reduzido, segundo um estudo publicado esta quarta-feira pelo Reuters Institute.
Este estudo analisa os dados gerados por uma pesquisa realizada pelo YouGov, entre janeiro e fevereiro de 2023, para mais de 92.000 pessoas de 46 países, incluindo este ano pela primeira vez Índia, Tailândia, Indonésia, Nigéria, Colômbia e Peru.
O relatório, liderado pelo jornalista Nic Newman, destaca que recentes “choques” como a pandemia de coronavírus e a guerra na Ucrânia afetaram “mudanças estruturais aceleradas em direção a um ambiente de mídia dominado pelo digital e móvel”.
Com a inflação afetando o custo de vida globalmente, o relatório mostra um declínio geral no estado dos métodos de pagamento, com até 47% das assinaturas canceladas ou “redefinidas” no caso dos EUA, 32% no Reino Unido e 34% Na Alemanha.
Da mesma forma, uma média de 48% dos entrevistados globalmente mostra um interesse pronunciado em assuntos atuais, uma queda de 63% em 2017.
As novas gerações são “nativos digitais” e eles preferem vídeos e conteúdo mais “divertido” para imprimir em comparação com as gerações anteriores.
No domínio das redes sociais, o Facebook continua a ser líder na oferta de informação a toda a população, mas a sua influência baixou para 28%, face a 36% em 2020, e o peso do Instagram aumentou (cresceu 3 pontos percentuais desde 2020, alta de 14%) e TikTok (aumenta 5 pontos, alta de 6%).
Entre os jovens de 18 a 24 anos, a rede social chinesa é particularmente influente: 44% deles a utilizam e para 20% é uma fonte de informação atual.
Especialmente a Ásia, a América Latina e a África se tornaram os grandes consumidores de notícias do TikTok, que está expandindo sua influência no “sul global”, segundo o relatório do Reuters Institute.
A rede “desempenhou um papel na disseminação de informação e desinformação nas recentes eleições no Quênia e no Brasil, e cresceu fortemente em partes da Europa Oriental, onde o conflito na Ucrânia aumentou seu perfil”, diz o jornal.
Quanto ao nível de confiança na informação recebida através dos meios de comunicação, situa-se nos 40% em todos os mercados analisados.
Os níveis mais elevados de confiança registam-se na Finlândia (69%) e Portugal (58%), enquanto os mais baixos se encontram em países “com elevados níveis de polarização política” como os Estados Unidos (32%), Argentina (30%) , Hungria (25%) e Grécia (19%).
Na Espanha, o Reuters Institute atribui um nível de confiança nas notícias de 33%, enquanto na América Latina, o Brasil registra 43%, México 36%, Chile 35%, Colômbia 35%, Peru 33% e Argentina 30%.
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