Há quatro anos, Cristiano Ronaldo viu Portugal ser eliminado nos oitavos-de-final do Mundial pelas mãos de Luis Suárez e do Uruguai de Edinson Cavani.
O então monarca europeu liderado por Cristiano chegou à Rússia como um forte candidato a erguer o troféu principal pela primeira vez, mas um duplo de Cavani selou a vitória da seleção sul-americana por 2-1, mandando-a para casa.
Portugal e Uruguai voltam a reencontrar-se esta segunda-feira em mais um duelo de alta tensão no Qatar que voltará a confrontar Cristiano e Suárez, artilheiros históricos das respetivas seleções. Haverá também Cavani, o carrasco dos europeus em 2018, mas que poderá sair como substituto.
Embora haja vários sobreviventes dessa partida em campo, o técnico uruguaio Diego Alonso e o meio-campista Rodrigo Betancur imaginam um duelo diferente.
“Todos os jogos são histórias diferentes, mesmo que você enfrente a mesma competição pela segunda vez. Não creio que seja a mesma coisa”, disse Alonso. “Eles têm uma equipe muito boa, além dos individuais, com um treinador comprovado, que está junto há muito tempo. Isso os torna muito perigosos. Mas nós temos nossos argumentos, nossas armas que também nos tornam perigosos”.
Betancur, sobrevivente do duelo na Rússia, concordou: “Vai mudar, foram quatro anos, o futebol evoluiu muito, agora é jogado com maior intensidade”.
Portugal chega como líder do Grupo H com três pontos graças à vitória inaugural sobre Gana por 3-2. Uruguai e Coreia do Sul seguem com um após empate sem gols na quinta-feira. Uma vitória deixaria os portugueses quase à beira da qualificação para os oitavos-de-final, mas esse resultado complicaria seriamente as perspectivas da Celeste.
“Sabemos que é um jogo muito importante e é isso que vamos fazer. Espero não acabar em nenhuma história negra no Uruguai”, disse o meio-campista uruguaio do Tottenham inglês.
Cristiano já fez história contra Gana. Ao abrir o placar de pênalti, ele se tornou o primeiro homem a marcar em cinco Copas do Mundo. Mas seu grande objetivo é levantar a Copa, único troféu que falta nas vitrines do atacante de 37 anos.
Ele acrescentou esse placar importante dias depois de rescindir seu contrato com o Manchester United, após dar uma entrevista explosiva.
“Foi um momento legal. O recorde de Copas do Mundo, o único jogador a marcar em cinco Copas do Mundo, me deixa muito orgulhoso”, declarou Cristiano, que tem oito gols em Copas do Mundo.
Cristiano entrou na curva descendente da sua extraordinária carreira. Quando enfrentou o Uruguai em 2018, havia acabado de conquistar sua quarta Liga dos Campeões com o Real Madrid e um ano depois de ganhar sua quinta Bola de Ouro.
Suárez, 35 anos, também está no crepúsculo de sua carreira. Ele ficou de fora na primeira partida contra a Coreia do Sul, desconectou totalmente no ataque e foi substituído por Cavani – também de 35 anos – aos 64 minutos. Suárez está a um gol de igualar o maior artilheiro do Uruguai na história das Copas do Mundo, Óscar Míguez, que marcou oito.
Embora Suárez não tenha marcado na vitória sobre Portugal, na Rússia, ele deu assistência para o primeiro gol de Cavani. Há uma imagem bem lembrada daquela partida, quando Cristiano ajudou Cavani a deixar o campo depois de se lesionar a um quarto de hora do fim e após marcar a dobradinha.
Como as duas equipes chegam agora?
Tanto Portugal como o Uruguai mantêm alguns dos jogadores do Mundial anterior, mas também acrescentaram sangue jovem às suas fileiras. Dois dos três gols portugueses contra Gana foram marcados por jovens promissores que se estrearam na primeira Copa do Mundo no Catar: Rafael Leão e João Félix.
O Uruguai também abriu espaço para uma nova geração de talentos, liderada por Federico Valverde, Darwin Núñez e Facundo Pellistri.
Portugal sofreu a perda do defesa Daniel Pereira, pelo menos até ao final da primeira eliminatória, devido a três costelas partidas. Seu substituto será Pepe, de 39 anos e um dos jogadores mais velhos da Copa do Mundo.
“Ele é um monstro”, disse o técnico português Fernando Santos.
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