Brasília, 30 de dezembro (EFE).- O governo brasileiro anulou nesta sexta-feira um decreto que impedia a entrada no país do presidente Nicolás Maduro e de outras autoridades venezuelanas, com as quais o presidente poderá assistir à posse de Luiz Inácio Lula da Silva Este Domingo .

A decisão que revoga o decreto, em vigor desde 2019, foi publicada esta sexta-feira no Diário Oficial e é assinada pelo vice-ministro da Justiça, Antonio Ramírez Lorenzo, e pelo ministro das Relações Exteriores, Carlos França.

A proibição de entrada de Maduro e de cem funcionários do governo no país foi emitida pelo presidente cessante, o de extrema-direita Jair Bolsonaro, que desde 2019 reconheceu o oposicionista Juan Guaidó como o “presidente legítimo” da Venezuela.

Lula, que manteve uma amizade muito próxima com o ex-presidente venezuelano Hugo Chávez e que tem laços semelhantes com Maduro, já havia anunciado que, assim que o governo tomar posse, em 1º de janeiro, ele restabelecerá as relações com a Venezuela em todos os níveis.

Para a posse de Lula são esperados pelo menos 19 chefes de estado e de governo. Entre outros, estão o rei da Espanha e os líderes da Argentina, Bolívia, Colômbia, Chile, Equador, Paraguai, Uruguai, Alemanha e Portugal.

O líder progressista brasileiro nomeou como futuro ministro das Relações Exteriores o diplomata Mauro Vieira, que já explicou que o primeiro passo para esta normalização das relações será o envio de um encarregado de negócios a Caracas, a fim de “reabrir a embaixada”, que foi fechado por Bolsonaro.

Posteriormente, um novo embaixador será nomeado, em um processo que costuma levar alguns meses, pois depende da aprovação do Senado brasileiro.

Na semana passada, diante do novo cenário político, Maduro deu um primeiro passo para a normalização das relações e nomeou Manuel Vicente Vadell, que já havia atuado como cônsul da Venezuela em São Paulo, como próximo embaixador no Brasil.

(c) Agência EFE