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CIDH: Colômbia cumpriu “parcialmente” 17 recomendações sobre os protestos
Bogotá, 27 de janeiro (EFE).- O Estado colombiano cumpriu “parcialmente” 17 das 41 recomendações feitas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) sobre a violência desencadeada durante os protestos sociais de 2021, informou esta sexta-feira em Bogotá essa organização. Uma delegação da CIDH, integrada por sua presidente, Julissa Mantilla Falcón, e o relator para a Colômbia, Joel Hernández García, apresentou nesta sexta-feira ao presidente colombiano, Gustavo Petro, o primeiro relatório de acompanhamento de suas recomendações após sua visita à Colômbia. em 2021 devido à violência em protestos sociais. Estes protestos decorreram entre abril e julho de 2021 e deixaram pelo menos 83 mortos, mais de metade, presumivelmente às mãos da Polícia. “Determinou-se que três (recomendações) atualmente têm um nível de cumprimento parcial substancial, 14 são parcialmente cumpridas e 11 ainda estão pendentes de ação de cumprimento”, disse Hernández em entrevista coletiva sobre a apresentação do relatório em que apenas observou, por ” decisão metodológica”, 28 recomendações. De acordo com o documento, entre os temas sobre os quais os pontos observados estão o direito ao protesto social, o uso excessivo e desproporcional da força em protestos, a violência de gênero, o uso da figura de transferência de proteção e desaparecimento de pessoas ou assistência militar e A APLICAÇÃO DA JUSTIÇA PENAL MILITAR. ALTERAÇÕES NOS ÓRGÃOS DE SEGURANÇA Entre as recomendações com grau de cumprimento “parcial substancial”, destaca-se o “reforço e reestruturação dos processos de formação, formação e formação” das forças de segurança do Estado em relação ao “direito à liberdade de expressão, o devido e ação legítima no âmbito dos protestos, bem como as exceções e limitações do uso da força”. Nesse sentido, Hernández destacou, como algo “muito importante”, a existência de “um amplo conjunto de resoluções, diretrizes e protocolos” no ordenamento jurídico colombiano, visando regular o exercício das funções da força pública em protesto social. . No entanto, lembrou que “não basta a existência de um quadro regulamentar” se não forem realizadas “medidas que permitam a aplicação efetiva desse regulamento” e apelou ao Estado para que se adapte às normas internacionais. Ao mesmo tempo, a CIDH aplaudiu a criação da Unidade de Diálogo e Manutenção da Ordem, em substituição à Esquadra Móvel Antimotim (Esmad) da Polícia, para priorizar a resolução pacífica dos conflitos sociais. Destacou ainda o “recente anúncio de Estado” sobre a separação da Polícia Nacional do Ministério da Defesa para a sua afectação à pasta da Justiça, de forma a garantir a sua “natureza civil” no âmbito de uma reforma que ainda não foi apresentada ao Congresso. . DESAFIOS Entre os assuntos pendentes, a Comissão solicitou ao Estado que liberte os detidos de forma arbitrária ou injustificada durante os protestos para que possam continuar seus processos em liberdade. Da mesma forma, a CIDH recomendou a criação de um registro “confiável” sobre esses casos para conhecer “com certeza” a situação jurídica dessas pessoas. “Existem medidas alternativas à prisão (…) que permitem a atuação da Justiça em condições de maior participação dos arguidos”, insistiu Hernández, apontando como exemplo a libertação de jovens da chamada “linha da frente ” para realizar tarefas como porta-vozes da paz. Por outro lado, Hernández insistiu na importância de o Estado se abster de aplicar “tipos penais que se transformem em atos criminosos” comportamentos típicos de protestos que não afetam a vida, a segurança ou a liberdade das pessoas. Nesse sentido, o relator apontou como uma das grandes preocupações da sociedade civil o temor de que a Lei 2.197 de 2022 sobre o fortalecimento da segurança cidadã se transforme em um mecanismo de repressão aos protestos. NOTA DE OTIMISMO Apesar de nenhuma das 41 recomendações da CIDH ter sido plenamente cumprida, Hernández encontrou uma “nota de otimismo” no anúncio que o Governo fez hoje sobre a criação de um “mecanismo de acompanhamento institucionalizado” do qual A sociedade civil também participará para avaliar o andamento das recomendações. “A esperança de poder participar juntamente com o Estado (…) permite-nos traçar um plano de trabalho no qual se programem de forma concreta medidas progressistas que nos levem ao pleno respeito do direito à protesto social”, concluiu. (c) Agência EFE
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