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o grupo Azora, no “seu compromisso com o ambiente e a sustentabilidade”, identificou o investimento em energias renováveis como chave da sua estratégia. Este aspecto inclui o parque fotovoltaico a ser instalado em Villarino de los Aires, denominado ‘Armadura Solar San Roque’, que terá uma investimento de 125 milhões de euros e inicie os trabalhos de instalação “antes do final do ano”, considerada a maior de Castilla y León, segundo disse em entrevista ao EL ESPAÑOL Noticias de Castilla y León, o diretor da empresa Santiago Olivares, parceiro que lidera investimentos em energia, infraestrutura e logística.
Em entrevista exclusiva a este jornal, Olivares deixa claro que Castilla y León tem de se tornar um território chave para resolver o problema de crise de energia e, a propósito, criar trabalho na Espanha rural. Além disso, está em andamento a implementação de um projeto que terá como eixo Villarino de los Aires (Salamanca), em lidar com o problema dos incêndios florestais.
– Que situação na Europa com esta crise energética.
Claro, temos uma situação excepcional. É uma situação muito delicada que exige mudar a maneira de fazer as coisas. E, nesse sentido, como você diz, a energia é apenas isso, uma situação complicada. Mas que temos as soluções na Espanha, que pode ser, não estou dizendo a solução completa, mas uma peça muito importante da solução para a crise energética que temos. E isso, graças ao potencial de desenvolvimento de energias renováveis na Espanha.
– E o que as energias renováveis têm a ver com toda esta situação?
Claramente, a crise energética passa pela dependência do gás. Isto significa que o preço do gás representa um aumento muito significativo no preço da energia, e a forma de o resolver é depender menos do gás. Como você pode depender menos do gás? Ter tecnologias alternativas que não necessitem de gás como combustível e que, por sua vez, não causem poluição e danos ao meio ambiente. Essa solução são as energias renováveis, tanto a energia eólica quanto a energia fotovoltaica. Isso nos tornaria menos dependentes do gás e, portanto, reduziria o preço da produção de energia. E em Espanha temos claramente capacidade para o fazer. Em Espanha temos o espaço, o sítio, a superfície e temos o recurso. Temos o recurso solar e temos o recurso eólico. Eu diria a vocês que, sem dúvida, na Europa o lugar ideal para desenvolver e construir parques de geração de energia renovável é a Espanha. Sem dúvida. Não há outra alternativa.
“Como podemos depender menos do gás? Ter tecnologias alternativas que não precisem do gás como combustível e que, por sua vez, não causem poluição e danos ao meio ambiente.”
– E lá já encontramos Castilla y León e Villarino, especificamente.
Castilla y León tem dois elementos. O primeiro, espaço ou terreno. Nesta Comunidade há muita superfície não utilizada que provavelmente será usada tanto para energia eólica quanto para energia fotovoltaica. E então temos o recurso. Há muitas horas de sol e muitas horas de vento. Assim, a confluência destes dois elementos torna-o num local perfeito para poder desenvolver projetos que, por um lado, resolvam o seu problema energético e, por outro, ajudem a gerar emprego, riqueza e fixar população numa zona onde estamos a ver que há sérios problemas de despovoamento. Com o que, no caso de Villarino, um projeto como o que temos em andamento poderia empregar um número significativo de pessoas durante a fase de construção. Estamos falando de mais de 100 trabalhadores nessa fase, muitos qualificados, e aí você pode ter um grupo de pessoas, insisto, qualificadas, com certa capacidade técnica, que vão ter emprego assim que o parque estiver em operação, e será por 40 anos. .
– Quais os problemas que as empresas encontram, porque criticam a morosidade da Administração e os muitos entraves burocráticos para investir?
Esse é o principal problema que temos. O sol está em Villarino, a terra está em Villarino. A vontade, neste caso da Câmara Municipal de Villarino, é fantástica para promover este tipo de projeto. Mas estamos desde o final de 2018, início de 2019, com esse projeto de desenvolvimento e promoção e ainda não iniciamos as obras. No final, estamos muito esperançosos de que antes do final deste ano possamos iniciar a construção, mas levamos quase quatro anos para desenvolvê-la e ainda não está em andamento.
– Por que é que?
Não porque é complicado, porque fazer um parque fotovoltaico é complexo, mas é uma questão administrativa. Os prazos são tremendamente longos. Não há recursos na Administração para poder gerir e poder analisar todas as nossas propostas. Há alguns projetos na fila, por isso tudo está atrasado. Há claramente um gargalo na Administração.
“Os prazos são muito longos. Não há recursos na Administração para poder gerenciar e analisar todas as propostas. Há bastantes projetos na fila. Há claramente um gargalo na Administração.”
– O que oferece o Grupo Azora a Castilla y León?
O Grupo Azora é uma empresa com larga experiência na promoção de parques fotovoltaicos e eólicos. É uma empresa espanhola com capital espanhol, com um balanço muito sólido que garante que um projeto vá adiante, que seja construído e que tenha esse apoio, essa solidez financeira para realizá-lo e solvência técnica. Temos a capacidade dentro da área não apenas para promover o projeto, mas também para supervisionar a construção, o start-up e a operação de longo prazo.
– Que outros projetos você tem em Castilla y León, além de Villarino?
Temos outro projeto em Castilla y León. Especificamente, temos um projeto em Soria que está um pouco atrás do Villarino, entre nove e doze meses atrás, sendo um pouco menor. Fica na área de Medinaceli, que tem exatamente as mesmas características de Villarino. É uma área que não aproveita o terreno alto, que tem uma densidade populacional muito baixa e que é um projeto menor, aproximadamente a metade do Villarino, mas que tem as mesmas vantagens.
Projeto ‘San Roque Solar Armor’ de Villarino
-Conte-nos sobre o projeto chamado ‘Armadura Solar San Roque’ de Villarino.
O projeto fotovoltaico Villarino é um investimento muito importante, próximo de 125 milhões de euros. Que faremos se Deus quiser, iniciando a construção no final deste ano, o que não é complicado. Levará aproximadamente doze meses para fazê-lo. Para isso, usaremos tecnologia de primeira geração. Os painéis faciais cristalinos, que são os mais modernos que existem, permitem aproveitar não só a energia que incide na parte superior, mas também a que reflete do solo. Um parque fotovoltaico de última geração de 250 megawatts. Empregará mais de 100 pessoas durante a fase de construção. Além disso, vamos promover e incentivar ao máximo o emprego local e, acima de tudo, será energia limpa. Estamos ocupando a ordem de 300 hectares, e aqui está uma questão que eu também gostaria de insistir.
Trabalhamos muito com a Câmara Municipal de Villarino e também com a Secretaria de Meio Ambiente de Castilla y León, que vamos promover e desenvolver Planos de Autoproteção contra incêndios em todos os municípios da região. Aqui, o que queremos é aproveitar o fato de estarmos realizando uma intervenção para, insisto, tentar evitar o desastre que experimentamos todos os verões. Iremos fazê-lo através da promoção e elaboração, em conjunto com as Câmaras Municipais da área, de Planos de Autoprotecção contra os incêndios.
“Trabalhamos muito com a Câmara Municipal de Villarino e com o Ministério do Meio Ambiente de Castilla y León, para promover e desenvolver planos de autoproteção contra incêndios em todos os municípios da região”.
– O que esses planos implicariam?
Isso significaria, antes de mais, estar preparado e prevenir o que está a acontecer nesta área, que, como sabem, estamos a sofrer tanto aqui como em Portugal, como os incêndios durante o verão. Vamos fazer alguns planos para estarmos preparados. Primeiro, para prevenir sua ocorrência e, segundo, se ocorrerem, que o impacto que causam no meio ambiente seja o mínimo possível.
– E qual é o status deste plano?
Já preparamos, em conjunto com empresas especializadas na área, como seriam os planos de autoproteção de cada um dos municípios afetados pelo parque fotovoltaico. E, no momento em que iniciarmos a construção, desenvolveremos o detalhamento desses planos.
– Deve começar com Villarino.
Sim. Obviamente, Villarino é onde está a maior parte da terra de desova. E vamos começar com Villarino.
– A propósito, o prefeito de Villarino de los Aires, Julián Martín, teve alguma relação com a instalação deste projeto em sua cidade?
O prefeito, Julián Martín, foi peça-chave para que este projeto decolasse. A começar porque a terra é municipal e facilitou o uso de terra que não estava sendo usada para nada. Ele conseguiu o apoio dos agricultores e outros grupos de Villarino, com os quais contamos com o total apoio da Câmara Municipal e da cidade para realizar um projeto que será de todos. Não é um projeto atual, é um projeto para a região e para o Villarino, onde acredito que terá muitas vantagens para a população e, em geral, para toda a região. Estamos falando do fato de que a produção do nosso parque, que é de 250 megawatts, equivale ao consumo de 125 mil residências. Ou seja, estamos falando de muita capacidade de produção de energia e, além disso, de energia limpa, porque, digamos, o que se evita em emissões de CO2 é o equivalente a 50.000 carros. Ou seja, não só evitamos depender do gás, mas também estamos emitindo menos CO2 e fornecendo energia limpa para mais de 125.000 residências. Para mim, não há dúvida de que esta é a solução para o problema geopolítico que temos e a dependência energética do gás. E creio que Castilla y León está numa posição privilegiada para aproveitar esta oportunidade, que é uma oportunidade histórica para Espanha e, neste caso, para Castilla y León e, concretamente agora, para Villarino.
– Mais alguma observação?
Só para agradecer, como digo, o apoio de todos os grupos Villarino e, em particular, da Câmara Municipal e do prefeito Julián, porque acho que ele o está promovendo e nos ajudando a fazer deste projeto, que é bom para todos, um realidade.
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