Os cientistas corroboraram que das 23 amostras de rios ou córregos de 12 países, 74% (17 amostras) tinham níveis de glifosato/AMPA acima de 0,2 μg/L, o que significa perigoso para a saúde humana, animal e animal. e o meio ambiente.
Lembremos que a Organização Mundial da Saúde descreveu o glifosato em 2015 como “provavelmente cancerígeno para humanos”.
De referir que como as amostras foram recolhidas após a época agrícola, o metabólito do glifosato AMPA -fruto da degradação do herbicida-, foi detectado com mais frequência nas amostras do rio do que o próprio glifosato.
Isso significa que o AMPA foi detectado em 17 amostras, enquanto o glifosato estava presente em cinco delas. A maior concentração de AMPA foi detectada nas águas ao largo da Polónia (3,9 μg/L), enquanto a de glifosato ocorreu em Portugal (3 μg/L).
Porém, 22% das amostras com resíduos detectáveis de AMPA apresentaram medidas superiores a 1 μg/L, ou seja, ultrapassam o limite de segurança em água potável. Da mesma forma, 5 das 23 amostras (22%), recolhidas na Áustria, Espanha, Polónia e Portugal, continham glifosato em níveis superiores a 0,1 μg/L, o que, como referimos, indica o limite para consumo humano.
Na Espanhaa água coletada em San Pedro del Pinatar (Múrcia) apresentava níveis de AMPA de 0,8 μg/L, enquanto os restos de glifosato eram inferiores a 0,2 μg/L. Na Rambla del Albujón, o AMPA atingiu 3,4 μg/L, a segunda maior concentração detectada no estudo, tanto que o glifosato estava em 0,4 μg/L. Enquanto no reservatório de Utxesa (Lleida), o AMPA estava em 0,5 μg/L e o glifosato em 0,2 μg/L.
Em relação às amostras de Eslovêniaestes não excederam 0,2 μg/L de AMPA ou glifosato e naqueles provenientes exclusivamente de lagos não foram encontrados resíduos de glifosato ou AMPA.
Tendo em conta este relatório apresentado por Os Verdes na Eurocâmara, o eurodeputado Alemão Martin Hauslingaranto que renovar a autorização por quinze anos do herbicida após 15 de dezembro “seria catastrófica” e alertou que o glifosato tem “um impacto muito negativo em todos os organismos vivos”.
De qualquer forma, os cientistas do outro lado do mundo, mais precisamente em Argentina, eles bateram na tecla com a “biorremediação” para combater a toxicidade do glifosato, ou seja, descontaminar a água e os alimentos que contenham glifosato.
Pesquisadores argentinos, pioneiros em produto que elimina o glifosato
mulheres cientistas do Universidade Nacional de Quilmes e a Conicet desenvolveu um método exclusivo para descontaminar água e alimentos que contenham agrotóxicos, principalmente o glifosato, por meio de uma técnica conhecida como biorremediação, que ajuda a degradar naturalmente esse herbicida.
“Encontramos organismos capazes de decompor certos pesticidas, principalmente o glifosato. Por ser o herbicida mais utilizado no nosso país e cujo impacto no ambiente e na saúde é muito forte, estamos a trabalhar no desenvolvimento de sistemas enzimáticos para a biorremediação de águas e alimentos contaminados com este composto químico”disse Lorena Rojas, diretora de Biotecnologia da UNQ e do projeto, em diálogo com a Agência de Notícias Científicas da Universidade Nacional de Quilmes.
O método de a biorremediação é projetada com base em enzimas (proteínas geradas por microrganismos) que facilitam a decomposição natural do glifosatoo que substituiria os sistemas de remediação física e físico-química que são caros e contaminam como os pesticidas.
Assim, a remediação biológica permite a utilização de bactérias, fungos e plantas que convertem o agrotóxico, seja ele o glifosato ou outro, em algo atóxico para o meio ambiente e para as pessoas.
Não é à toa que a Argentina é pioneira nessa descoberta e que a sua agricultura é crucial porque contribui com 1 em cada 4 dólares do PIB local (105.091 milhões de dólares).
É por isso que, há duas décadas, o uso de produtos químicos como inseticidas, herbicidas e fertilizantes aumentaram de forma constante, melhorando o rendimento das colheitas, mas contaminando os lençóis freáticos e até mesmo o ar das populações limítrofes às plantações de soja, por exemplo, que utilizam o herbicida glifosato contra pragas.
A apresentação do insumo se dá por meio de um pó formulado para ser adicionado na hora da lavagem de alimentos que foram expostos ao glifosato ou em água contaminada.
Mais conteúdo em Urgente24:
18 parcelas sem juros: Banco Provincia explica quando e como
Volkswagen pôs fim a uma marca do grupo
Crise histórica da UBA: colapso das matrículas e cortes curriculares
Atenção aposentados: Duas companhias aéreas oferecem passagens com 20% OFF
Parece uma cidade da Europa, mas está escondida na Argentina
“Fanático hardcore de mídia social. Propenso a ataques de apatia. Criador. Pensador. Guru dedicado da web. Aficionado por cultura pop. Solucionador de problemas.”