EUROPA IMPRENSA. O Governo da Espanha aprovou nesta terça-feira, 27 de dezembro de 2022, a nomeação de Ramón Santos Martínez como novo embaixador da Espanha na Venezuela. Esse cargo ficou vago após a saída de Jesús Silva em 2020, quando o Executivo optou por rebaixar a relação ao patamar de gestor de negócios como sinal de seu desacordo com a situação do país.
Desta forma, o Conselho de Ministros promoveu o atual Encarregado de Negócios da Venezuela, cargo que exerce desde novembro de 2021, à categoria de embaixador. Ele se tornará, assim, o mais alto representante da Espanha naquele país.
Fontes diplomáticas justificaram a passagem à Europa Press pelo fato de 160 mil espanhóis residirem na Venezuela e haver importantes interesses a defender. Também pela vontade do Executivo de Pedro Sánchez de apoiar o processo de diálogo aberto entre o Governo e a oposição. “A Espanha quer ser o mais útil possível.”
Eles também lembraram que a França sempre manteve seu embaixador em Caracas; enquanto Portugal recentemente nomeou o seu próprio em substituição do seu encarregado de negócios.
Santos Martínez, formado em Direito, Ciência Política e Sociologia, com mestrado em Direito Constitucional e Ciência Política, foi anteriormente embaixador da Espanha no Panamá (2015 – 2019), na Bolívia (2008 – 2012) e foi designado para as Embaixadas da Espanha em Washington, Bruxelas-UE e Quito.
No Ministério das Relações Exteriores ocupou, entre outros, os cargos de embaixador em Missão Especial para as Cúpulas Ibero-americanas e Assuntos Multilaterais da Ibero-América, subdiretor geral dos países da Comunidade Andina, subdiretor geral dos países do MERCOSUL e Chile, subdiretor-geral de Cooperação com os Países da América Central e do Caribe e chefe de Gabinete do Secretário-Geral da AECID. Ele também, em dezembro de 2019, foi enviado especial do Ministério das Relações Exteriores na Bolívia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, União Europeia e Cooperação, José Manuel Albares, já adiantava no final de novembro em entrevista que se o diálogo venezuelano avançasse “como começamos a ver”, a retirada do embaixador espanhol no país era uma decisão “perfeitamente provável de ser revertida”.
A UE E OUTROS PAÍSES NA MESMA SITUAÇÃO
No entanto, ainda existem outros países como Alemanha, Itália, Grécia, Polônia ou Holanda que ainda possuem um gerente de negócios em Caracas. A Europa Press contactou vários deles e nenhum indicou que por agora vão dar o passo para aumentar a sua representação.
O mesmo se aplica à Delegação da UE na capital venezuelana. Caracas expulsou a embaixadora europeia, Isabel Brilhante Pedrosa, em fevereiro de 2021 em resposta às sanções impostas pelos Vinte e sete contra vinte deputados e funcionários venezuelanos.
Finalmente, em setembro daquele ano, nomeou o espanhol Rafael Dochao como gerente de negócios na Venezuela, diminuindo assim o nível de sua representação, decisão que se mantém até hoje.
As fontes comunitárias consultadas pela Europa Press assinalaram que “qualquer mudança no nível das relações diplomáticas com a Venezuela seria discutida com os Estados membros no contexto dos passos concretos para a democratização”.
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