TÓQUIO, 18 Dez (Reuters) – A TV Asahi do Japão disse nesta sexta-feira que uma reportagem que transmitiu dizendo que promotores questionaram o ex-primeiro-ministro Shinzo Abe sobre o financiamento político era falsa e pediu desculpas a ele.
Abe, que deixou o cargo devido a problemas de saúde em setembro, está sendo criticado por suspeita de que seu escritório ajudou a cobrir os custos de jantares para apoiadores, uma possível violação das leis de financiamento que Abe negou quando questionado no parlamento no ano passado.
“Acabou não sendo verdade que o interrogatório contra o ex-primeiro-ministro Abe foi conduzido. Pedimos desculpas ao ex-primeiro-ministro Abe, aos envolvidos e aos nossos telespectadores”, disse a TV Asahi, uma emissora comercial, em seu site.
Citando vários advogados não identificados do Partido Liberal Democrata, a TV Asahi informou na sexta-feira que Abe havia sido interrogado por promotores de Tóquio na quinta-feira ou antes.
O escritório de Abe não respondeu imediatamente às perguntas após a reportagem inicial da TV Asahi.
A mídia doméstica disse neste mês que os promotores pediram a Abe um interrogatório voluntário em um caso que eles estavam construindo contra sua secretária sobre fundos políticos não declarados relacionados a jantares envolvendo até 40 milhões de ienes (US$ 386.885).
Na sexta-feira, a mídia local informou que Abe pode ser convocado para comparecer ao parlamento, talvez antes do final do ano, para responder a perguntas, com Abe citado antes da reportagem inicial da TV Asahi dizendo que responderia de boa fé.
“A promotoria está investigando este assunto, mas assim que os resultados estiverem disponíveis, gostaria de responder de boa fé”, disse Abe.
“Claro, eu também gostaria de responder de boa fé ao parlamento”, disse ele ao jornal Nikkei Shimbun.
A questão, que perseguiu Abe durante o último ano de seu mandato, também corre o risco de prejudicar o atual primeiro-ministro Yoshihide Suga, que foi o braço direito de Abe durante seu mandato de 2012-2020 e já está sob pressão por sua resposta ao novo coronavírus, incluindo um Inversão de um programa de subsídios para viagens.
Suga também foi criticado por participar de reuniões sociais de fim de ano, depois de implorar aos cidadãos japoneses que evitassem tais festas, já que o país registra um número recorde de casos de coronavírus.
Os políticos no Japão não podem oferecer nada aos constituintes que possa ser interpretado como um presente. A regra é tão rígida que dois ministros do gabinete de Abe no ano passado tiveram que desistir por dar coisas como melões, caranguejos e até batatas aos eleitores em seus distritos eleitorais.
(US$ 1 = 103,3900 ienes)
Reportagem de Kiyoshi Takenaka e Elaine Lies; Edição por Himani Sarkar e Raju Gopalakrishnan
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