Como é uma tecnologia tão cara e existem dez centros públicos em toda a Espanha, o objetivo é garantir que todos os cidadãos tenham um computador relativamente próximo. Concretamente, o Ministério estabeleceu isócronas não superiores a três horas, pelo que o centro galego pretende atender também doentes das comunidades vizinhas e do norte de Portugal.
Uma das curiosidades desses centros é a complexidade de sua construção. O prédio depende da equipe, então a obra não pode ser licitada antes de saber qual equipe vai abrigar. Além disso, a Xunta confia que algumas das empresas que já fizeram uma infraestrutura deste tipo se apresentarão ao concurso, já que existem duas em Madrid, devido à sua especificidade. E é que o ciclotron pode chegar a cem toneladas e precisa estar em um enorme bunker. Será construído na envolvente do CHUS, concretamente na zona do hospital Gil Casarese o projeto galego prevê que possa ser ampliado no futuro com mais equipamentos.
Existem muitos treze centros?
Passar de dois para treze centros —porque os dez da Fundação Amancio Ortega somam outro que será instalado na Cantábria— pode parecer um excesso tecnológico. Alejandro Maza, chefe do serviço de Física Médica do Centro de Terapia de Prótons Quirón, em Madri, não vê dessa forma, desde que haja colaboração entre eles. Cada centro pode tratar entre 250 e 300 pacientes por ano, “mas tem que haver sincronização entre eles.” Maza lembrou que menos de 2% dos pacientes com câncer serão tratados nesses centros, de modo que a radioterapia convencional continua sendo a melhor opção para a maioria dos tumores.
“A terapia de prótons beneficiará especialmente crianças com câncer”
Santiago vai acolher o centro galego de terapia com protões, um dos dez que vão ser implementados em Espanha, e a Xunta confia que a comunidade será uma das primeiras a introduzir esta técnica, que permite a radiação de células cancerosas sem danificar o tecido saudável, ao contrário da radioterapia convencional, que deixa alguma radiação na entrada e na saída do feixe de fótons. O objetivo da Sanidade é que em Maio de 2024 esse centro pode atender os primeiros pacientes, pois leva pelo menos um ano para construir e outro para ajustar e condicionar o cíclotron, que é o equipamento responsável pela irradiação dos prótons.
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