O presidente da Federação Andaluza de Grêmios de Pescadores (Facope), Manuel Fernández, salientou esta terça-feira que o lagostim e o camarão vermelho são as principais espécies capturadas por arrasto e, portanto, cuja oferta será afectada pelo veto a este tipo de pesca por parte da Comissão Europeia em áreas protegidas do Atlântico, que terá repercussões no Golfo de Cádiz.
A medida, que entrará em vigor vinte dias após sua publicação no regulamento da CE nesta segunda-feira, proíbe a pesca com redes de arrasto e outras artes de fundo de 400 a 800 metros de profundidade, para proteger ecossistemas vulneráveis, uma decisão que Fernández apontou out, é baseado em relatórios com dados correspondentes a 2009 e, portanto, desatualizados.
Está a introduzir regulamentos, como este decreto de um dia para o outro e que prejudica gravemente o Golfo de Cádiz e o sul de Portugal“, sustentou em declarações à Rádio Canal Sur, recolhidas pela Europa Press. Neste cenário, os camarões gordos »e especialmente o lagostim« serão duas das espécies que poderão ser capturadas em menor medida como resultado da decisão, que irá afectar »a sério« uma frota de cerca de 70 barcos »que vão ter de deixar de pescar nestas zonas para operar noutros fundos marinhos”, onde já estão a trabalhar entre 50 e 60 barcos.
“Eles vão pescar demais”, disse Fernández, que atacou o comissário europeu para Pescas, Oceanos e Meio Ambiente, Virginijus Sinkevicius. “Esperamos que nos expliquem que são zonas vulneráveis”, comentou o presidente da Facope, que qualificou os regulamentos como “loucos” e “ilógicos”, condição que, destacou, significa que tanto a Direcção como a o Ministério da Agricultura pediram a retirada desta medida.
Se não obtiverem sucesso, o veto entrará em vigor em vinte dias, mas os efeitos serão perceptíveis a partir de 1º de novembro, quando começa a pesca com essa técnica, comentou Fernández.