A obra de dança e performance ‘Fronterizas’ estreia no Palacio de Festivales – Publimetro México

SANTANDER, 12 (EUROPE PRESS)

No dia 28 de setembro, a Sala Argenta do Palácio do Festival recebe a estreia de ‘Fronterizas’, uma peça de dança e performance da artista brasileira Mari Paula que é a última peça de uma trilogia que aborda o corpo como uma experimentação antropofóbica e migrante, também formado por ‘Retrópica’ (2018) e ‘Devórate’ (2018).

Mari Paula é coreógrafa, dançarina e gestora cultural brasileira radicada na Cantábria. Ao longo de sua carreira no Brasil fez parte de companhias públicas de dança e desde 2016 realiza suas próprias produções na Espanha. Ela é presidente da Associação de Profissionais da Cantábria ‘Movimiento en Red’, vice-presidente da Federação Estadual de Associações de Companhias e Companhias de Dança e diretora artística de Las Vivas-Plataforma Ibero-Americana de Dança.

Dois outros artistas também participam desta última criação: Carlos Molina com tecnologia de luz e Jaime Peña com som, tornando ‘Fronterizas’ uma intervenção artística multidisciplinar.

A obra mistura experiências de sua biografia pessoal com ficção e aborda questões como luta, cansaço e aceitação do fracasso. Com uma estrutura narrativa não linear, Mari Paula vislumbra um futuro a partir de pedaços do passado, e traz ao palco um corpo que deseja desestabilizar as lógicas existentes da produção contemporânea.

Com este trabalho, Mari Paula encerra um processo de pesquisa de seis anos que começou com o processo criativo da obra ‘Retrópica’ no Brasil. Nele, ela aprofundou o conceito de antropofagia cultural ou a influência que existe entre duas culturas quando uma coloniza a outra.

A obra coloca o espectador em um contexto apocalíptico usando um grande plástico como metáfora do lixo gerado diariamente, mas também daquele corpo coletivo que se perdeu na corrida pelo desenvolvimento tecnológico. Agora, em ‘Fronterizas’, o corpo se liberta e se torna protagonista de sua própria vida, reconciliando-se com o passado, o que é imposto e aprendido.

“A antropofagia cultural foi muito importante para mim no meu processo de imigração, uma espécie de estratégia de sobrevivência, de certa forma, justifica meu estar no mundo. Assumi em minha própria carne, em minhas próprias peças, o fato de poder a ‘comer’ o que era do exterior sem esquecer o que culturalmente me interessava no meu país. Tornei-me uma adepta da interculturalidade radical”, explica Mari Paula.

Após a estreia, a peça passará por diferentes teatros e festivais. A primeira paragem será no Carme Teatre de Valência nos dias 28, 29 e 30 de outubro. Além disso, no dia 20 de setembro, a segunda obra desta trilogia, ‘Devórate’ poderá ser apreciada no Teatro Escena Miriñaque, dentro do programa Santander Escénica da Fundação Santander Criativa; e a primeira peça ‘Retrópica’ será encenada no dia 30 de setembro no Festival Internacional de Teatro da Póvoa de Varzim em Portugal.

Como toque final desta trilogia, o artista Rafael García Artiles lançou uma campanha de crowdfunding para a produção de uma coleção de bijuterias de alta qualidade com brincos, pingentes e anéis que abrangem todo o universo expandido por essas obras e que podem ser visto no dia da estreia no Palácio do Festival.

Eloise Schuman

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