O número de xícaras que você compraria varia de 68 a 998, dependendo do país. Itália, Estados Unidos, Holanda e Reino Unido lideram
Tudo é muito caro. É isso que, aos poucos, vários países começaram a vivenciar, e não é apenas uma mera percepção, mas dados como inflação, taxas de juros, preços das matérias-primas e, claro, o custo dos produtos que são comumente consumidos, demonstrá-lo.
As principais economias estão à beira da recessão. Os Estados Unidos já registraram dois períodos de queda em seu Produto Interno Bruto (PIB), enquanto a União Europeia segue o mesmo caminho.
Por sua vez, as economias conhecidas como emergentes ou em desenvolvimento sentem a pressão sobre os preços ao consumidor, uma vez que o IPC em países como Colômbia (10,2%), Chile (13,1%), Peru (7,5%), Argentina (71%) e México (8,2%) atingiram o máximo por quase duas décadas.
Na verdade, uma maneira de avaliar o estado da economia e os bolsos das pessoas é medindo o poder de compra do dinheiro ganho com um emprego. Para isso, L.R comparou quantos lattes poderiam ser comprados nos principais países em que a Starbucks está presente com o salário mínimo de cada território.
A lista inclui 25 países: Alemanha, Argentina, Bolívia, Chile, China, Colômbia, Coreia do Sul, Costa Rica, El Salvador, Espanha, Estados Unidos, França, Guatemala, Israel, Itália, Japão, México, Holanda, Panamá, Peru, Portugal, Reino Unido, República Dominicana e Uruguai.
Aqueles que têm maior capacidade de adquirir bens são os italianos, que recebem uma remuneração base de 2.836 euros por mês e podem comprar 998,5 lattes na conceituada cadeia, isto tendo em conta que cada copo custa 2,84 euros. Seguem-se os americanos, que poderiam fazer 930 cafés se destinassem os US$ 2.560 que entram em suas contas para acessar esse produto, que registra um preço de US$ 2,75 naquela região.
No ranking, seguem-se a Holanda, que tem capacidade para comprar 566,4 lattes por mês; Reino Unido, com 467,6 lattes; Argentina, com 427,2 lattes; Uruguai, com 420,8 lattes; França, com 416,4 lattes; Coreia do Sul, com 416,1 lattes e Israel, com 413,3 lattes.
Em contrapartida, os países que poderiam comprar um número menor de xícaras de café com o salário são a Bolívia, que chega a apenas 68,1 unidades; Panamá, com 69,2; México, com 71,1; El Salvador, com 73,7; República Dominicana, com 91,3; e Colômbia, com 91,7. (Ver gráfico).
Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o desafio para os bancos centrais conterem a inflação sem desencadear uma recessão está se tornando cada vez mais difícilmas não impossível.
“É um caminho muito estreito, e acho que está ficando cada vez mais estreito. Para países como os Estados Unidos ou o Reino Unido, ou para a zona do euro, será cada vez mais difícil, mas não impossível”, disse Pierre-Olivier Gourinchas, consultor econômico e diretor do Departamento de Pesquisa do FMI.
Embora a dívida nas economias emergentes e em desenvolvimento esteja em alta em várias décadas, o aumento dos custos de empréstimos globais e a desvalorização das taxas de câmbio estão dificultando o serviço da dívida denominada em dólar.
“Estamos vendo um aumento bastante significativo, especialmente entre os países de baixa renda. Prevemos que vários países podem precisar reestruturar suas dívidas no futuro; vários deles já estão trabalhando nisso”, acrescentou Gourinchas.
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