Só na França, alguns queimaram 14.000 hectares, mais do que a superfície de Paris intramural. Enquanto isso, na Espanha, os incêndios tiraram a vida de um primeiro membro da brigada e devoram 20.000 hectares de massa florestalem pelo menos 5 regiões autónomas.

Isso é em grande parte um produto da segunda onda de calor deste verão, uma situação que está sufocando a Europa sob uma cúpula de temperaturas extremas. Outra razão, a seca histórica. Em Espanha, já morreram 360 pessoas devido às altas temperaturas desde 10 de julho. Número que sobe para 659 em Portugal. Nesses dois países, as temperaturas chegaram a 46 graus.

O serviço meteorológico britânico emitiu um alerta vermelho de “calor extremo” para esta segunda e terça-feira em Inglaterra antecipando temperaturas que podem ultrapassar os recordes, mesmo o limiar dos 40°C. O recorde de calor atualmente é de 38,7°C, registrado no Jardim Botânico de Cambridge, no leste da Inglaterra.

O alerta britânico chegou ao nível de pedir às pessoas que não saiam de suas casas. Thomas Moore, correspondente científico da rede Sky, tentou explicar por que o aumento das temperaturas é tão alarmante: “A Grã-Bretanha não está preparada para este calor”, disse ele.

“Nossa rede ferroviária é projetada apenas para temperaturas de até 30°C. Apenas metade de nossas rodovias estratégicas são cobertas com material resistente ao calor”, acrescentou.

Na verdade, a Southern Rail, uma das muitas operadoras de trens britânicas, avisa que os serviços serão afetados hoje devido ao clima quente. “Se você planeja usar o transporte público hoje, certifique-se de trazer água e talvez um ventilador portátil”, explica ele em um comunicado.

Nesse contexto, hospitais remarcaram alguns serviços, pois as autoridades alertaram que o clima extremo dificulta a operação. Vários escritórios, centros de trabalho e indústrias, principalmente em áreas cobertas, também estarão fechados. Escolas em vários condados, incluindo Nottinghamshire e Hampshire, confirmaram que não darão aulas.

A França vive um dos dias mais quentes de sua história nesta segunda-feira, com registros de calor nas regiões do sudoeste e ao longo de toda a costa atlântica até o norte da Bretanha. O episódio de temperaturas extremas que abraça o “hexágono” desde 12 de julho continuará crescendo: 15 departamentos, no sudoeste e na costa atlântica, estão agora em alerta vermelho para ondas de calor, outros 51 estão em alerta laranja.

Neste contexto e quase uma semana se passou desde o início de dois incêndios, em La Teste-de-Buch e Landiras, uma escala sem precedentes que assola o departamento de Gironde. No local, é a preocupação que impera, tanto mais que o fogo recomeçou durante o fim de semana.

Os dois grandes focos continuam. Quase 14.000 hectares (4.200 em Teste-de-Buch e 9.800 em Landiras) foram queimados, anunciou na segunda-feira a prefeitura de Nova Aquitânia e Gironde. “Importantes recursos terrestres e aéreos estão sendo comprometidos”, explica a prefeitura e destaca que estão mobilizados “1.700 bombeiros”, além de “aviões Canadairs e Dash”. Cerca de 5.000 pessoas tiveram que ser evacuadas durante o dia.

Na Espanha, as notícias desta manhã ainda eram ruins. O incêndio que atinge a Sierra de la Culebra, na província de Zamora, fez uma segunda vítima. Um pastor morreu e o seu corpo foi encontrado perto da localidade de Tábara, segundo os bombeiros que trabalham na zona.

Enquanto isso, as previsões para o centro continental não dão trégua. “O calor está ganhando força, a onda de calor está se espalhando”, alerta o instituto Météo-France, que espera ver muitos recordes de temperatura quebrados, especialmente no oeste e sudoeste.

“Em algumas áreas do Sudoeste, será um apocalipse de calor” que pode chegar a 44°C em alguns lugares na segunda-feira, seguido de uma “noite escaldante”.

O calor extremo, acompanhado por esta crise de incêndios, levou milhares de pessoas a evacuar partes da França, Espanha e Portugal. Um SMS enviado pelas autoridades pede que os afetados nas áreas se retirem para abrigos.

Para as autoridades, A situação atual das chamadas “três e meia”, com temperaturas acima de 30°C, ventos superiores a 30 km/h e umidade abaixo de 30%, torna o controle do fogo extremamente complexo.

Entre as curiosidades: Nas fazendas do Reino Unido, os porcos estão sendo cobertos com protetor solar para protegê-los em uma das maiores feiras de campo da Grã-Bretanha. Os agricultores estão usando o protetor solar para proteger a pele sensível dos animais do calor escaldante no Royal Welsh Show.

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