O projeto Life ‘SeaBiL’ prevê ações em lugares como Santoña, Urdaibai, Cabo de Gata e Delta del Ebro
O plástico tornou-se um dos maiores flagelos ambientais de todo o planeta. Seu impacto nos oceanos é enorme. Alguns estudos estimam que cerca de 90% das aves marinhas têm plástico no estômagoe que o humanos estariam consumindo o equivalente plástico de um cartão de crédito por semana. Organizações de três países, Portugal, França e Espanha, uniram forças para analisar o impacto dos plásticos no mar e nas aves marinhas.
A pesquisa será realizada por meio de um novo projeto de vidalançado no início deste ano, chamado ‘SeaBiL’, Saving SeaBirds from Marine Litter, com duração de três anos.
A iniciativa é liderada a nível geral pela organização de conservação francesa LPO (Ligue pour la Protection des Oiseaux), e pela equipa de investigação dos laboratórios LIENSs (através da Universidade de La Rochelle), da SPEA em Portugal (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves), e o Universidade de Almeriaalém de SEO/BirdLife.
O plástico está causando sérios danos às aves. Quando não os mata por ingestão, coloca em risco suas vidas e afeta seus habitats, bem como o sucesso reprodutivo.
Para determinar o verdadeiro impacto dos plásticos nas aves, foi estabelecido seis locais piloto onde acontecerá a maioria das ações: quatro em Espanha (Reserva da Biosfera de Urdaibai, em Biscaia; Parque Natural Santoña, Victoria e Joyel Marismas, na Cantábria; Parque Natural Cabo de Gata, em Almería, e Parque Natural Delta do Ebro, em Tarragona); um em França (Parque Natural Marinho do Estuário do Gironde e Mar de Pertuis), e um em Portugal (Reserva Natural das Berlengas), abrangendo o Arco Atlântico e parte do Mediterrâneo espanhol.
Quatro linhas de trabalho
O projeto ‘SeaBiL’ Life, financiado pela Comissão Europeia, propõe quatro linhas de trabalho a seguir, algumas das quais já estão a ser realizadas:
-Melhorar e coordenar o trabalho de limpeza de praias e monitoramento de aves marinhas litorâneas.
-Aumentar conhecimento sobre o impacto dos plásticos na comunidade de aves marinhas e estabelecer determinadas espécies como indicadores de qualidade ambiental.
-Para identificar as principais fontes e tipo de lixo que acaba no mar para otimizar sua gestão e prevenção.
-Levar a cabo ações de sensibilização e conscientização.
Para o desenvolvimento de muitas das ações, serão estabelecidas relações com diferentes organizações, entidades e órgãos públicos ou privados, desde busca consolidar redes de trabalho capazes de continuar funcionando por conta própria quando o projeto terminar.
“Neste aspecto, centros de recuperação de vida selvagem desempenham um papel de vital importância, já que são uma parte essencial na hora de receber, armazenar e realizar as primeiras análises daquelas aves que chegam fracas e em muitos casos mortas, às nossas costas. Eles serão procurados por restos de plástico, visíveis ou invisíveis ao olho humano, que podem, talvez, ter sido armazenados em seu corpo & rdquor;, diz Felipe González, delegado SEO / BirdLife na Cantábria.
Em meados de junho, ocorreu a primeira das oficinas do projeto na Reserva da Biosfera de Urdaibai, com a participação de seus parceiros e vários representantes de centros de recuperação de fauna e grupos de trabalho dedicados ao estudo dos ecossistemas marinhos. Nele, foram definidas as diretrizes para a realização da amostragem de aves bordadas.
Criação de um banco de tecidos
A fim de aliviar a falta de dados disponíveis, o projeto ‘SeaBiL’ implementará um rede transnacional de monitoramento para a coleta de aves marinhas desembarcadas e seu armazenamento em centros de reabilitação.
Coincidindo com o deslocamento de milhares de turistas para as zonas costeiras no verão, ao longo deste verão vários dias de conscientização e sensibilizaçãofazer com que os cidadãos participem do problema ambiental causado pelo lixo presente em nossos mares.
No longo prazo, o objetivo é criação de um banco de tecidos, o que permitirá analisar as aves recolhidas e identificar uma espécie indicadora do estado ecológico das aves marinhas e do litoral em geral. Além disso, uma ferramenta de monitoramento de aves marinhas e detritos será disponibilizada publicamente e alimentará dados nos níveis nacional e transnacional.
“Além disso, vamos promover o uso de Aplicativo móvel de ciência cidadã da ICAO, que permite o registo das aves marinhas que os turistas e qualquer cidadão podem encontrar nas margens das praias durante todo o ano; aves que podem morrer no mar por vários motivos e que aparecem nas praias trazidas pelas marés & rdquor;, diz Paulo Lago, técnico do SEO/BirdLife Marine Program.
Os usuários, por sua vez, também podem fazer upload de dados sobre o lixo nas praias por meio do Aplicativo Marnobada Vertidos Cero, associação com a qual a SEO/BirdLife colabora.
Site de referência: : https://lifeseabil.com/
Programa Marinho SEO/BirdLife: https://seo.org/mares/
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