Acidentes aquáticos, terceira causa de morte não intencional no planeta
O afogamento é a terceira principal causa de morte não intencional em todo o mundo. E eles estão aumentando devido às mudanças climáticas e imprudência. é uma das conclusões mais marcantes alcançadas no Museu Elder de Ciência e Tecnologia de Las Palmas de Gran Canaria durante um dia enquadrado na programação do Dia Mundial de Prevenção ao Afogamentoque reuniu especialistas internacionais no estudo e análise do assunto.
O debate contou com a presença de Joost Bierens (Holanda), José Palacios (Espanha), David Szpilman (Brasil), Roberto Barcala (Espanha), Adrián Petrini (Argentina), Luis Miguel Pascual (Espanha), David Whiddon (Grã-Bretanha), Xavier Archimbault (Mônaco), Ana Catarina Queiroga (Portugal) e Sebastián Quintana (Espanha).
Durante o encontro, os participantes concordaram unanimemente com o aumento de acidentes aquáticos como resultado das mudanças climáticas e descuido.
“Este é um fenômeno com o qual nos exporemos mais ao risco e que fará com que os números variem. É de vital importância criar mensagens focadas nos diferentes setores da população que contribuem para tome conhecimento da situação“, esclareceu Ana Catarina Queiroga, recentemente nomeada representante da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A criação de leis estaduais e a reforço político na infraestrutura educacional foram os eixos principais do debate. Nesse sentido, Adrián Petrini, chefe da Cadeira de Natação do Instituto Superior de Salva-vidas La Matanza (Argentina), juntamente com José Palacios, presidente da ADEAC Bandeira Azul Espanha, destacou comunicação, prevenção e capacitação de profissionais como ferramentas fundamentais para evitar que o número de vítimas de submersão continue aumentando.
“É importante intensificar o treinamento e entender que a ferramenta do socorrista é seu próprio corpo”, acrescentou Petrini.
A chave, nas escolas
Nesse sentido, Roberto Barcala, doutor em Ciências do Esporte e Enfermagem, enfatizou a educação em segurança da água do setor infanto-juvenil da população: “A chave é que chegue às escolas regularmente e insistir na formação de todos os agentes sociais».
“Todos os dias 17 pessoas morrem por afogamento no Brasil. Além da criação de leis, é importante monitorar essas regulamentações. A pendência é garantir o cumprimento disso”, disse David Szpilman, diretor médico da Sociedade Brasileira de Salvamento (Sobrasa).
A pesquisadora brasileira destacou que os números reais podem chegar a 1,5 milhão de pessoas que morrem por essa causa todos os anos em todo o planeta.
Segundo dados da OMS, a cada ano são registradas cerca de 370.000 mortes em todo o mundo, “um número que subestima a real magnitude dessa causa, pois existem múltiplas diferenças no alcance e precisão das organizações que coletam dados”salientou Sebastián Quintana, promotor da plataforma ‘Canarias 1500 Km de Costa’, evidenciando a dificuldade na recolha de dados estatísticos sobre esta matéria.
“Devemos criar um estratégia conjunta com o qual alcançamos reduzir o número de pessoas afetadas pela submersãotrabalhando nos aspectos políticos, educacionais e sociais”, destacou Luis Miguel Pascual, diretor de pesquisa da AETSAS, e Joost Bierens, o primeiro professor de Medicina de Emergência da Holanda.
O painel de especialistas, que também contou com as intervenções de David Whiddon, gerente dos serviços internacionais de resgate marítimo do RNLI, e Xavier Archimbault, diretor de projetos educacionais de segurança aquática infantil da Fundação Princesa Charlene de Mônaco, concordou em criticar que nenhum país do mundo tem legislação sobre a regulação, minimização e prevenção do afogamento.
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