As autoridades da Espanha, Portugal e Itália lutam para controlar a atual onda de calor, enquanto esta segunda-feira as temperaturas intensas queimam áreas de todo o continente europeu.
O Presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez, disse esta segunda-feira que queria partilhar a prova de que “as alterações climáticas matam”, ao visitar a região da Extremadura devastada por incêndios florestais no oeste de Espanha.
“Quero compartilhar a evidência e é que a mudança climática mata, mata pessoas como vimos, mata nosso ecossistema, nossa biodiversidade”, disse Sánchez.
“Também destrói nossos bens mais valiosos, as sociedades são afetadas por essas mudanças, suas casas, seus lares, seus negócios, seu gado.”
Sánchez disse que até agora este ano mais de 70.000 hectares foram destruídos como resultado dos incêndios em nosso país.
Quase todo o país enfrenta risco extremo de incêndio, com muitas regiões agora classificadas como tendo um nível de calor “extremo”, de acordo com a agência meteorológica nacional espanhola AEMET.
Esta segunda-feira, Espanha enfrentava a oitava de uma onda de calor de mais de uma semana, que já causou mais de 510 mortes relacionadas com o calor, segundo os últimos números do Instituto de Saúde Carlos III.
A Espanha também está de luto pela perda do bombeiro Daniel Gullón Vara, que trabalhava para extinguir um incêndio florestal na província de Zamora. Durante sua visita à área, Sánchez apresentou suas condolências e disse que Daniel representa aqueles que “lutam todos os dias na linha de frente do fogo”.
Em Portugal, cerca de 80 municípios em 10 distritos continuam sob o maior nível de ameaça de incêndios florestais, especialmente no nordeste do país, segundo o serviço meteorológico português, o Instituto do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Cerca de 1.000 bombeiros, apoiados por cerca de 300 veículos e aviões, estão mobilizados em todo o país, combatendo cinco grandes incêndios florestais, informou a Autoridade de Proteção Civil portuguesa na sua última atualização. O maior dos incêndios está atualmente no Fundão, no distrito de Castelo Branco.
As temperaturas em Portugal esfriaram um pouco depois de atingirem recordes para o mês de julho na semana passada. Esta segunda-feira, as temperaturas estiveram abaixo dos 30ºC na maior parte do país.
Apesar de uma breve pausa, o IPMA prevê que as temperaturas voltem a subir a partir de quarta-feira, chegando a rondar os 40º C em algumas zonas.
As regiões da Itália mais afetadas pela seca devem racionar a água, já que o país declarou estado de emergência no início deste mês.
Nas áreas próximas ao vale do rio Po, as cidades estão cortando o abastecimento de água à noite e os moradores estão sendo impedidos de lavar seus carros e regar seus jardins.
Na pequena cidade de Castenaso, perto de Bolonha, uma ordem do prefeito proibiu cabeleireiros e barbeiros de lavar o cabelo de seus clientes duas vezes para economizar água antes que os suprimentos acabem.
Em Milão, o centro financeiro da Itália, o prefeito ordenou que todas as fontes ornamentais fossem desligadas e proibiu a lavagem de veículos particulares ou a rega de jardins e gramados.
E em Roma, são oferecidas entradas gratuitas nas piscinas para pessoas com mais de 70 anos “para oferecer-lhes um refresco diante das altas temperaturas do verão”, segundo a Câmara Municipal de Roma.
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