Juan Carlos Portugaladvogada da presidente Dina Boluarte, considerou na quarta-feira que o Congresso deveria permitir que a presidente viajasse para a China, já que ela não tem restrições para deixar o país apesar das investigações contra ela. Boluarte planeja se reunir no mês que vem com o líder do regime chinês, Xi Jinpinge para isso deve obter autorização do Congresso.
“Sim, eu recomendaria que ela fizesse isso porque o presidente tem que nos governar, estabelecer negociações internacionais, tratados bilaterais e relações políticas, e muitas dessas atividades e viagens ao exterior têm uma injeção econômica no país”, disse ele em diálogo com PPR.
Portugal destacou que a chefe de Estado tem apoio político e jurídico para os casos que enfrenta, podendo assim concentrar-se exclusivamente nas suas funções de governo.[Ella] “Ele tem que governar, não pode esquecer disso. Seu mundo não pode se reduzir apenas a lidar com situações fiscais, mas sim a governar todos os peruanos”, acrescentou.
O provável encontro de Boluarte com Xi Jinping Este será um prelúdio para a cúpula de líderes da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), que será realizada em Lima em novembro do ano que vem. O líder chinês também deve comparecer a este evento, assim como os líderes das 21 economias que compõem o fórum.
O plano de viagem foi anunciado em meados de maio pelo ministro do Desenvolvimento Agrário e Irrigação, Ángel Manero, que indicou que a agenda da visita inclui 29 pontos a serem discutidos, e o mais recente acréscimo é justamente a exportação de carne, que pode significar até 4 bilhões de dólares no médio prazo.
Esta seria a sexta viagem de Boluarte, que assumiu o poder em dezembro de 2022 e enfrenta diversas investigações fiscais por suposta corrupção, enriquecimento ilícito e acobertamento da desativação da unidade policial que dava suporte à Equipe Especial de Promotores contra a Corrupção no Poder (Eficcop).
Na mesma entrevista, Portugal disse que recomendou que sua cliente não deponha perante o Ministério Público caso suas respostas às 50 perguntas feitas por quatro procuradores sobre a dissolução da equipe, inicialmente liderada pelo Coronel Colcha Harvey e mais tarde pelo coronel Franco Moreno.
Para o advogado, o procedimento foi inusitado e hostil. “O artigo 324, parágrafo 1º, estabelece uma regra de proibição quanto ao sigilo da investigação para evitar desinformação ou manipulação. É por isso que recomendei isso ao presidente”, disse. Portugal acrescentou que, após sua recomendação, surgiram divergências de opinião, pois a presidente entende seu papel, mas também reconhece os riscos de um vazamento descontrolado.
“Ainda não chegamos a um consenso, mas minha posição permanece. Não discutimos isso longamente”, disse ele. Nos dias anteriores, durante uma entrevista com Infobae Perua defesa já havia apresentado essa posição. “Eu disse ao presidente: se a comunicação dela de terça-feira for ao ar, ela nunca mais vai testemunhar, sob minha decisão. Porque se formos expô-la, será perante o promotor. […] É por isso que ela pensa muito antes de fazer uma declaração, porque isso difunde e desintoxica sua declaração”, disse ele na época.
Boluarte foi acusado de corrupção passiva indevida pelo Procurador-Geral, Juan Carlos Villena. A acusação, apresentada na última sexta-feira, será avaliada pela Comissão Permanente do Congresso, que determinará se há evidências suficientes para admiti-la. Se aceita, uma Subcomissão de Acusações Constitucionais investigará e emitirá um relatório, que será debatido e votado pela Comissão Permanente.
Se aprovado, irá para o plenário da Câmara, que pode decidir sobre sua suspensão, demissão e impeachment. O documento fiscal alega que itens de luxo entregues pelo governador de Ayacucho, Wilfredo Oscorima, foram uma consideração para decretos que beneficiam a região.
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