MADRI, 6 de julho. (EUROPA PRESS) –
A Assembleia de Portugal rejeitou amplamente esta quarta-feira a moção de censura ao Governo do primeiro-ministro, António Costa, apresentada pela formação de extrema-direita Chega, a terceira força parlamentar.
Já na terça-feira, várias formações anunciaram que não apoiariam a proposta do Chega, que, aliás, tem sido o único partido que votou a favor da censura ao Governo, conforme noticiado pela agência noticiosa portuguesa LUSA.
Por seu lado, o Partido Social Democrata (PSD), principal força da oposição, deu cumprimento ao que foi anunciado na terça-feira e absteve-se apesar da pressão do Chega, que nos últimos dias tinha sublinhado a importância de “dar um sinal ao país” que os direitos podem ser uma alternativa real.
Na mesma linha, a Iniciativa Liberal (IL), que qualificou a proposta da extrema-direita de “inconsequente” e “típica dos fogos-de-artifício” a que o Chega está “acostumado” na política portuguesa, também se absteve.
As restantes formações políticas presentes no Parlamento português posicionaram-se do lado do “não”, incluindo o Partido Socialista, o Bloco de Esquerda, o Partido Comunista Português, o naturalista Povo-Animais-Natureza e o Livre.
Assim, a votação terminou com 133 votos contra a moção de censura, 80 abstenções e apenas doze votos a favor.
REAÇÕES
A vice-ministra dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, afirmou que a moção de censura constituiu realmente um desafio ao PSD da oposição quanto à sua viragem para a radicalização, e sublinhou que a abstenção é um acto de “masoquismo” já que a formação perdeu o oportunidade de se afastar das posições do Chega.
“O que o Chega quer é desafiar o PSD para uma radicalização à direita, embora isso represente, como ficou evidente ao longo da tarde, abusos, degradação do funcionamento das instituições democráticas e degradação do debate político”, lamentou Mendes.
Por seu lado, o líder do Chega, André Ventura, acusou o PSD e os Liberais de falta de coragem, posição que já ocupava na terça-feira quando disse sentir-se “frustrado” e “desiludido”, “sobretudo” com o novo líder do PSD, Luis Montenegro.
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