A lista de empresas investigadas pelo Indecopi também inclui o Instituto Quimioterápico SA, que acumulou seis multas por mais de 90 mil soles. Atualmente, continua sendo fornecedor do Estado e até agora neste ano faturou mais de 21 milhões de soles em compras públicas de medicamentos.
As empresas farmacêuticas B Braun Medical Peru SA, Instituto Quimioterápico SA, Perulab SA, Jobal Pharma EIRL, Laboratórios AC Farma SA, Distribuidora Droguería Sagitario SRL, Laboratórios Americanos SA, Laboratórios Lansier SAC, Laboratórios Portugal SRL, Laboratórios Unidos SA, Medifarma SA e Pereda Distribuidores SRL estão sob investigação e também permanecem fornecedores do Estado.
O procedimento administrativo sancionatório também inclui os executivos farmacêuticos Angélica Palomares Loazya, Juan Apéstegui Castro, ex-gerente geral da Medifarma, Jose Mongilardi Fuchs, gerente dos Laboratórios Americanos, Charles Mac Dowall Talavera, sócio dos Laboratórios Portugal, e Esther Llanos Torres. Todos eles estão sendo investigados por sua suposta participação no planejamento e execução de conduta anticompetitiva.
De acordo com registros públicos, Juan Apestegui Castro foi gerente geral da Medifarma SA de agosto de 2020 a maio de 2023. Esta empresa tem uma multa do Tribunal de Contratação do Estado de 4.950 soles e 16 penalidades por mais de 18 mil soles. No entanto, não está impedida de contratar com o Estado e até agora neste ano ganhou mais de 27 milhões de soles em contratos públicos.
John Charles Mac Dowall Talavera aparece em registros públicos como sócio da Laboratorios Portugal SRL desde dezembro de 2009, quando o proprietário José Alejandro Portugal Ricketts transferiu 418.938 ações avaliadas em 120 mil soles. A empresa é fornecedora do Estado e este ano registrou mais de 4 milhões de soles adjudicados para a compra de medicamentos. Seu último contrato foi com o Governo Regional de Cajamarca em 28 de junho.
Na Sunat, Jose Mongilardi Fuchs é listado como gerente da Laboratorios Americanos SA de agosto de 2004 até o presente. A empresa é fornecedora do Estado e ganhou mais de 29 milhões de soles em contratos com o Estado até agora em 2024.
As investigações
As práticas colusivas teriam sido realizadas por meio de uma série de comunicações entre as empresas envolvidas, bem como em negociações que seriam registradas em e-mails, arquivos de diversos tipos e conversas telefônicas e chats em aplicativos de mensagens, segundo as investigações do Indecopi. Nesse processo, pseudônimos e linguagem enigmática teriam sido utilizados para não deixar rastros da infração.
Essas evidências foram coletadas em documentos e depoimentos mantidos pela Direção Nacional de Pesquisa e Promoção da Livre Concorrência do Indecopi, bem como em relatórios econômicos vinculados às propostas, características e resultados dos processos de contratação pública sob investigação.
As práticas colusivas teriam distorcido as condições e os preços sob os quais os medicamentos eram concedidos para os serviços de saúde estaduais e a previdência social. Entre os medicamentos afetados estão antibióticos como amoxicilina e azitromicina, que são usados para tratar várias infecções, e medicamentos oncológicos como metotrexato, usado para o tratamento de leucemia aguda, câncer de mama, câncer de cabeça e pescoço. Também estão incluídos suplementos para reduzir anemia, como sulfato ferroso.
Após a instauração do processo administrativo disciplinar, as empresas farmacêuticas e os executivos investigados têm o prazo de 30 dias para apresentar defesa.
Até o momento em que este artigo foi publicado, a Associação Nacional das Indústrias Farmacêutica, de Saúde, Suplementos Alimentares e Dispositivos Médicos (ADIFAN), que tem entre seus membros várias das empresas investigadas pelo Indecopi, não havia emitido uma declaração sobre o assunto.
No entanto, quem quer que seja pronunciado Foi o Ministro da Saúde, César Vásquez, quem publicou a investigação do Indecopi com uma mensagem em sua conta pessoal X na qual se referiu ao fato de que “esses poderes obscuros são os que estão por trás das campanhas de difamação contra nossa gestão”. Vasquez acrescentou: “Eles estão interessados em estabelecer a ideia de escassez de medicamentos para nos forçar a fazer compras desnecessárias aos preços que eles concordam. Parem a máfia das grandes redes de farmácias!
Caso sejam encontradas as 15 empresas responsáveis pelas violações, a Lei de Repressão à Conduta Anticompetitiva prevê multas que variam de dois milhões de soles a cinco milhões de soles. Caso sejam constatadas violações muito graves, a penalidade financeira poderá exceder os valores estabelecidos.
Essas multas seriam aplicadas às empresas e seus representantes legais, de acordo com os critérios da Comissão Indecopi responsável.
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