Havana/Embora o governo português ainda não tenha tornado público o programa da visita de Miguel Díaz-Canel àquele país, a contratação de 300 médicos da ilha para o Serviço Nacional de Saúde português estará em cima da mesa, segundo estimativas da mídia daquele país. O presidente cubano, que já foi recebido em Lisboa por vários diplomatas, tem previsto um encontro com seu homólogo, Marcelo Rebelo de Sousa, antes de participar da cúpula da União Europeia e da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (UE-CELAC), que se reunirá em Bruxelas nos dias 17 e 18 de julho.
Rebelo de Sousa, segundo a imprensa portuguesa Jornal de notíciasteve um diálogo pendente com vários presidentes latino-americanos, incluindo os da Argentina, Bolívia e Uruguai. Seu interesse pelos médicos cubanos vem de uma viagem à Itália em junho, durante a qual avaliou pessoalmente a situação dos 400 profissionais de saúde enviados pela Ilha àquele país europeu.
Após confirmar, segundo relatos da mídia, que os cubanos estavam coletando seu dinheiro sem intervenção do regime de Havana, o presidente decidiu pedir a Cuba um “acordo diferente do usual” para também pagar os contratados diretamente. Supostamente, ele conseguiu que o governo cubano aceitasse, embora os termos exatos do acordo ainda sejam desconhecidos.
A viagem de Díaz-Canel será uma “visita de Estado, adiada devido à pandemia”, disse o presidente em sua conta no Twitter.
A viagem de Díaz-Canel será uma “visita de Estado, adiada devido à pandemia”, disse o presidente em sua conta no Twitter, após esclarecer que sua conversa com Lisboa teve como base o “convite” pessoal de Rebelo de Sousa para ampliar as “relações históricas” entre os dois países.
A imprensa portuguesa, que já havia noticiado o interesse de Rebelo de Sousa em contratar profissionais de saúde da ilha, noticiou que Díaz-Canel será recebido no histórico Mosteiro dos Jerônimos, do século XVI, e que ambos os líderes se encontrarão depois no Palácio de Belém, residência do presidente português.
Ele Parlamento de Portugal também realizará uma cerimônia de boas-vindas a Díaz-Canel às 15h desta quinta-feira, segundo o Jornal de notíciasA delegação cubana será recebida pelo presidente da Assembleia, Augusto Santos Silva, conforme informou esta organização em um breve comunicado. liberar.
O jornal português também soube que Díaz-Canel participará de uma reunião na Câmara Municipal de Lisboa e de um jantar no Palácio da Ciutadella, em Cascais, para o qual também será convidado o primeiro-ministro português, o socialista António Costa. A delegação da ilha é composta pelo ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, pela vice-primeira-ministra do Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro, Ana Teresita González Fraga, pela esposa de Díaz-Canel, Lis Cuesta, e outros funcionários dos Negócios Estrangeiros.
Foi o governo da Costa Rica, de fato, que facilitou a contratação de médicos cubanos, que, segundo a imprensa portuguesa, já iniciaram os trâmites para ingressar no sistema público o mais breve possível, levando em consideração os diversos passos que os estrangeiros devem seguir antes de serem considerados aptos.
Os médicos que chegam de países terceiros têm de se submeter a vários testes, não só de medicina, mas também de português.
Os médicos que chegam de países terceiros têm de fazer vários testes, não só de medicina, mas também de português, por exemplo. Não é a primeira vez que Portugal recorre a profissionais de saúde cubanos, já que em 2009 acolheu 44 para reforçar a rede pública nas regiões do Ribatejo (centro), Alentejo e Algarve (sul).
Após concluir sua visita a Portugal, Díaz-Canel partirá para Bruxelas para a cúpula entre a UE e a Celac, esta última organização, que ele chamou de “voz unitária da América Latina e do Caribe”. Apesar de garantir que iria ao encontro com um “espírito construtivo” e as melhores intenções de fortalecer o relacionamento entre ambos os “blocos regionais”, o presidente está entrando em Bruxelas com o pé errado.
O Parlamento Europeu aprovou uma resolução na quarta-feira – com 359 votos a favor, 226 contra e 50 abstenções – pedindo ao governo cubano que “ponha fim à política de repressão, que se intensificou nos últimos tempos”. Também exige a “libertação imediata e incondicional de todos os detidos unicamente por exercerem seus direitos humanos, a retirada de acusações criminais abusivas e a permissão de retorno dos exilados”.
Em resposta às críticas dos deputados europeus, a Assembleia Nacional da Ilha emitiu uma declaração para rejeitar “firmemente” o documento e afirmou que “o Parlamento Europeu carece de autoridade moral, política e legal para julgar Cuba”. Segundo a Assembleia, o texto “demonstra um alto nível de intervencionismo, difama não só a realidade cubana, seu sistema jurídico e o Estado de Direito”, mas também “os vínculos” que o regime da ilha “mantém com outros Estados de forma soberana”.
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