O ministro das Relações Exteriores português, Augusto Santos Silva, pediu hoje diálogo político na Venezuela para chegar a um compromisso entre o governo e o parlamento dominado pela oposição.
“Devemos explorar todas as possibilidades de diálogo político porque só há uma solução para a Venezuela: um compromisso político entre dois poderes legitimados pelo voto popular”, disse Santos Silva em entrevista coletiva em Praga.
O diálogo entre o Executivo e a oposição ao regime do presidente venezuelano Nicolás Maduro praticamente fracassou após a cassação do Parlamento, onde as forças oposicionistas são majoritárias, e a instalação da Assembleia Constituinte, formada apenas por apoiadores do governo.
A Assembleia, criada para restabelecer o Estado venezuelano, foi eleita no final de julho, apesar da rejeição da oposição.
Santos Silva disse hoje que Maduro e o agora desqualificado Parlamento “devem trabalhar juntos para criar as condições políticas apropriadas para que os venezuelanos enfrentem a dolorosa crise econômica e social pela qual estão passando”.
Sobre as sanções financeiras impostas a Caracas por Washington na sexta-feira passada, o chefe da diplomacia portuguesa não descartou que a União Europeia (UE) possa considerar medidas semelhantes se a situação o exigir.
“A Alta Representante (da UE para os Negócios Estrangeiros), Federica Moguerini, já disse em nosso nome que as sanções estão incluídas no espectro de possíveis ações a serem consideradas”, disse o ministro português após se encontrar com seu homólogo tcheco, Lubomir Zaoralek.
Santos Silva descreveu a relação entre Venezuela e Portugal como “histórica” porque ambos os países “têm muitos interesses comuns” e Lisboa mantém “boas relações com as autoridades” de Caracas.
Ele lembrou que “meio milhão de portugueses ou descendentes de portugueses” vivem no país latino-americano e, por isso, “o que lá acontece afeta a todos nós”.
“Encrenqueiro incurável. Explorador. Estudante. Especialista profissional em álcool. Geek da Internet.”