Nas eleições anteriores que se realizaram em 2022, houve uma vitória clara dos socialistas, sendo António Costa o eleito. Uma celebração que culminou na obtenção da maioria absoluta. 41% dos votos e 120 cadeiras para o partido socialista. Porém, o panorama agora é muito diferente, principalmente depois da saída precipitada de Costa.

Candidatos

Pedro Nuno Santos É o candidato do Partido Socialista de Portugal. Licenciou-se em Economia pela Universidade de Lisboa e, aos 46 anos, tornou-se sucessor de António Costa após a sua demissão em 16 de dezembro. Foi Ministro das Infraestruturas e da Habitação entre 2019 e 2022. E o compromisso do seu programa centra-se em alcançar um “novo equilíbrio” entre estímulos à economia e redução da dívida, com aumentos salariais superiores à inflação no final da legislatura. Ele busca “uma economia inovadora, verde e socialmente justa”.

O seu adversário é Luis Montenegro, de 51 anos e licenciado em Direito, é o líder cessante da Aliança Democrática (AD). Coligação formada pelo Partido Social Democrata (PSD), pelo Partido Popular Democrata Cristão (CDS-PP) e pelo Partido Popular Monarquista (PPM). Iniciou a carreira como deputado na Assembleia da República em 2002. E entre 2011 e 2017 foi presidente do seu grupo parlamentar. Com a demissão de Costa ele surgiu como o contraponto ao governo socialista.

Ele foi criticado por ser indiferente ao abordar questões relacionadas às mudanças climáticas. Montenegro procura reconquistar a confiança da população combatendo ccontra a corrupção estatal. E já falou até em fechar um acordo para ligar Portugal e Espanha em alta velocidade.

E outro candidato a ter em conta é o do partido de extrema-direita Chega, chefiado por André Ventura. Formado em Direito, comentarista esportivo e fundador do partido. Uma força que nas eleições de 2022 para a Assembleia da República conseguiu ficar em terceiro lugar, com 12 deputados.

Apoia o controlo da migração com a revogação do acordo de mobilidade entre a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). E também se comprometeu a “combater a corrupção”.

Operação eleitoral

E esta citação levanta inevitavelmente a questão de como funciona exactamente o sistema eleitoral do país português. E a verdade é que é semelhante ao espanhol, nestas eleições serão eleitos 230 deputados, com círculos eleitorais ou círculos eleitorais em que é eleito um determinado número de representantes, de acordo com o número da sua população.

As listas eleitorais estão fechadas e o Sistema D’Hondt. A maioria absoluta é alcançada com 116 assentos e no caso de Portugal estamos a falar de um sistema unicameral.

Portugal está dividido em 22 círculos eleitorais, 18 distritos em que o país está dividido e que se encontram em território continental. 2 insulares, Açores e Madeira, e 2 no estrangeiro. Os partidos principais podem, embora não seja obrigatório, apresentar candidatos em cada um dos círculos eleitorais, enquanto as formações mais pequenas apenas concorrem em determinadas regiões.

Nesse sentido, o número de deputados eleitos em Lisboa é de 48, no Porto é de 40, contra 2 em Portalegre. Entretanto, Braga, Aveiro e Setúbal disputam 19, 16 e 18 lugares, cada.

Quem pode votar e a que horas

Poderão votar os cidadãos de nacionalidade portuguesa com 18 anos e “cidadãos brasileiros, residentes em Portugal, portadores de cartão de cidadania ou documento de identidade (com o mesmo estatuto de direitos políticos)” que estejam inscritos nos censos da CNE.

E poderão exercer o seu voto entre 8h e 19h. Segundo a Secretaria-Geral do Ministério do Interior (SGMAI), após esse horário, só poderão votar os eleitores que estejam na assembleia ou secção eleitoral.

Documentação a apresentar

Cada eleitor deverá indicar o seu nome na assembleia de voto através do Cartão de Cidadão ou Documento de Identidade, ou através de documento oficial que contenha fotografia atualizada. A outra opção é que sejam “dois cidadãos votantes que comprovem a sua identidade através de promessa de honra, ou mesmo por reconhecimento unânime dos membros da mesa”.

O que as pesquisas dizem sobre os resultados

As últimas sondagens para estas eleições antecipadas dão uma clara vantagem para a coligação de centro-direita por Luís Montenegro. Santos fica em segundo lugar, enquanto a extrema direita ganha espaço na intenção de voto e a previsão é que possa até se aproximar dos 20%.

O seu representante, André Ventura, e o apoio ao seu partido continuam a aumentar. Os especialistas prevêem que a vitória caberá ao Montenegro, mas permanece a questão até que ponto esse direito dependerá do apoio do Chega. No entanto, as intenções do Montenegro tendem a governar com o apoio da Iniciativa Liberal.