O Governo português confirmou hoje que o oligarca russo Roman Abramovich pediu a sua autorização para poder vender o clube de futebol inglês Chelsea, procedimento necessário para realizar a operação porque o magnata tem nacionalidade portuguesa.
“Portugal recebeu ontem (terça-feira) à noite uma carta de Roman Abramovich a solicitar autorização de Portugal”, revelou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros português João Gomes Cravinho em declarações à agência Lusa durante uma visita a Cabo Verde.
Gomes Cravinho explicou que o Governo está a analisar a carta, que vai abordar o assunto com a Comissão Europeia e “em breve” vai responder ao empresário russo.
Abramovich foi forçado a colocar o Chelsea à venda como resultado das sanções impostas pela guerra na Ucrânia e quer transferi-lo para um consórcio liderado pelo bilionário Todd Boehly, dono do time de beisebol Los Angeles Dodgers.
A operação, avaliada em 4.250 milhões de libras (4.970 milhões de euros), recebeu a luz verde do governo britânico na quarta-feira e foi também aprovada pela Premier League.
No entanto, a autorização de Portugal ainda é necessária, uma vez que Abramovich tem nacionalidade portuguesa desde o ano passado e está na lista dos sancionados pela União Europeia.
O ministro dos Negócios Estrangeiros português já tinha alertado que seriam “intransigentes” na aplicação de sanções ao magnata russo.
Portugal mantém um imóvel avaliado em 10 milhões de euros de propriedade de Abramovich no Algarve (sul) congelado desde março e que tentou ser vendido duas semanas antes da invasão da Ucrânia.
O oligarca, ligado ao presidente russo Vladimir Putin, foi sancionado pela União Europeia em 15 de março, que determina o congelamento de seus bens e impede que cidadãos e empresas do bloco comunitário disponibilizem recursos para ele.
Os sancionados também estão sujeitos à proibição de viagem, entrada ou trânsito nos territórios da UE.
Mesmo assim, Roman Abramovich pôde entrar em Portugal porque no ano passado obteve a nacionalidade através de uma lei que concede o passaporte português a descendentes de judeus sefarditas.
O processo está sob investigação por supostas irregularidades com as certidões que comprovam sua ascendência judaica.
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