Recordando a tomada do poder pela Aliança Democrática (AD), em 1980, Pinto Balsemão referiu que o Partido Popular Monárquico (PPM) “foi convidado a aderir pelo lado monárquico, não que, aliás, não insistiram muito, mas por se empenhar, acima de tudo, na defesa do meio ambiente e na preservação da qualidade de vida”.
Como Secretário de Estado do VI Governo e Ministério do VII e VIII, ou PPM, com Gonçalo Ribeiro Telles, levou o Ambiente para o poder de forma pioneira, destaca Pinto Balsemão no livro “50 anos de Políticas Ambientais em Portugal “, sobre O período iniciado na conferência de Estocolmo, em 1972, está atualmente sob a responsabilidade da socióloga e investigadora Luísa Schmidt.
O livro é hoje apresentado na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, e reúne duas dezenas de documentos dos últimos 50 anos, tendo como ponto de partida a Conferência de Estocolmo, quando em Junho de 1972 a ONU organizou na capital sueca a primeira conferência sobre O Meio Ambiente Humano, para debater o meio ambiente e sua degradação do cabelo humano.
Portugal, ainda no período do Estado Novo, foi convidado a participar, uma novidade que me disse que o país estava isolado dos fóruns internacionais devido à manutenção de colónias e a uma guerra em África. E por isso, como recordamos, os participantes não contratam a mesma Luísa Schmidt, coordenadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, e membro do Conselho Nacional do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, entre outras funções.
A surpresa do convite para a conferência foi interpretada como “uma grande oportunidade” e foi criada em 1971 pela Comissão Nacional do Ambiente (CNA) para preparar a presença portuguesa em Estocolmo, recorda o organizador do livro.
Recorde-se também Gonçalo Ribeiro Telles (falecido em 2020) como figura determinante neste meio século, que, além do Serviço de Parques Nacionais que criou em 1975, teria elevado em 1980 os números da Reserva Agrícola Nacional (RAN) e a Reserva Ecológica Nacional (REN). .
Luísa Schmidt recorda mais tempo, a criação da Liga para a Protecção da Natureza em 1948, a criação do Parque Nacional da Peneda-Gerês em 1971, a figura da Guarda-Rios, mas é nos últimos 50 anos que nos concentramos nos depoimentos, há algumas personalidades que estão de alguma forma ligadas aos acontecimentos ocorridos na Conferência de Estocolmo ou durante o período em questão, há alguns protagonistas da democracia plena e especialmente depois da União da Europa (UE), que fazem um balanço das principais transformações relacionadas como o meio ambiente.
Nosso ponto é, na terceira parte do livro, os autores que compilaram políticas públicas ambientais por setores ao longo dos últimos 50 anos. São abordados os temas água, resíduos, áreas protegidas, conservação da natureza, florestas, alterações climáticas, energia, educação e soberania ambiental.
Além de Pinto Balsemão, ao discutir os preparativos da conferência, José Manuel Nunes Liberato, antigo secretário de Estado, recorda a importância do livro para a Conferência de Estocolmo, que o acompanhou, claro, no âmbito da CNA.
Luísa Schmidt destaca a importância da CNA em áreas como a conservação da natureza, os efeitos ambientais da integração europeia (políticas de resíduos públicos por exemplo).
Há cinco décadas, o professor Viriato Soromenho-Marques pergunta como, apesar do consenso sobre a gravidade do que está para acontecer e das convenções dos acordos internacionais, explica porque é que a destruição ambiental continua a intensificar-se.
E Sofia Santos, economista e professora, diz que a Economia chega sempre atrasada para questões emergentes, em alguns aspectos por causa de muitas delas. Principalmente questões ambientais e climáticas.
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