A posição de Portugal foi transmitida num discurso de João Gomes Cravinho na reunião da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), em Skopje, Macedónia do Norte, na qual esteve presente o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov. o que, considerou o governante português, a Rússia está “completamente isolada, com apenas um pequeno surto da Bielorrússia”.
“Ele transmitiu, em primeiro lugar, que a invasão da Ucrânia pela Rússia era da responsabilidade exclusiva da Rússia, e que uma vez que a Rússia foi oferecida como uma justificação para o não cumprimento, e sendo da responsabilidade exclusiva da Rússia, a paz era também da responsabilidade exclusiva da Rússia.” “A Rússia, nomeadamente através daquilo que é uma exigência óbvia, a retirada imediata e incondicional das forças russas da Ucrânia”, comentou o ministro, em declarações à agência Lusa, no final dos dois primeiros dias de reunião da OSCE.
Durante a reunião, está em debate o futuro da organização, com 57 membros, quando “obviamente, há aqui uma situação em que a segurança e a cooperação na Europa são francamente destruídas pelas ações da Rússia”.
A Polónia e os três países bálticos, Estónia, Lituânia e Letónia, boicotaram a reunião, realizada na presença de Lavrov, mas estiveram representados a nível de embaixadores.
Questionado se encontrou alguma abertura por parte do governo russo, João Gomes Cravinho respondeu que não, mas que encontrou “alguma fragilidade”.
“O tempo vai ajudar, porque esta Rússia não será assim para sempre, eu acredito. Isso é o que eu senti como alguma fraqueza por parte [do ministro Lavrov], de falta de convicção. É uma pessoa com enorme experiência política e diplomática (…) O que vi aqui foi uma pessoa com argumentos extremamente fragilizados e com pouca capacidade para as suas ideias importantes. “Penso que não, porque, de facto, o futuro da Rússia não pode passar por este tipo de argumentos que são completamente falsos e baseados em falsidades”, disse Gomes Cravinho.
Uma ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia provocou, segundo os dados mais recentes da ONU, a maior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa – justificada pelo presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para a segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, à qual respondeu enviando armas para a Ucrânia e impondo-as à Ucrânia. Rússia de sanções políticas e económicas.
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