Ecologistas em Acção da Região de Múrcia insta o Governo Regional a “aprovação e execução imediata do Plano de Recuperação do Lince”, medida que a Lei 7/1995 exige há 25 anos. Este plano, tal como indicado no seu comunicado, é essencial para garantir proteção da espécieclassificada como “em perigo de extinção” no Catálogo de Espécies Ameaçadas da Região, e representa uma ferramenta de participação pública fundamental para o sucesso deste tipo de iniciativas.
O ambientalistas manifestar a sua preocupação com a morte recente de um quarto exemplar de lince ibérico na região de Múrcia, o que representa metade dos reintroduzidos há alguns meses na zona de Lorca. Consideram que isto reflecte uma pressa no projecto de reintrodução, sublinhando a falta de trabalho preliminar substancial antes de liberar os espécimes na natureza.
Ecologistas em Acção da Região de Múrcia afirmam que o Plano de Recuperação, que deveria ter sido implementado desde 1996, é a melhor ferramenta para a conservação eficaz da espécie. Este documento analisa as causas do declínio da espécie, propondo ações concretas e medidas de gestão para reduzir o impacto humano e promover a recuperação do lince na área.
Ambientalistas criticam o não cumprimento, por parte do Governo Regional, das recomendações do Guia para Reintroduções da UICN. Eles apontam que As áreas de reintrodução devem estar livres das causas de extinção da espécie, exigência que, segundo eles, não foi atendida. Destacam que o Plano de Recuperação aborda a eliminação de fatores que afetam a sobrevivência da espécie, essenciais para a sua recuperação.
Além da aprovação e aplicação urgente do Plano de Recuperação, Ecologistas em Acção exige uma política coerente por parte do Governo Regional. Mencionam a ressurreição do projeto da rodovia Lorca-Cartagena, numa zona onde foram libertados linces, qualificando a medida de “incongruente” uma vez que os atropelamentos, uma das principais causas de morte de linces, aumentam com este tipo de projectos.
Em conclusão, Ecologistas en Acción considera que a pronta elaboração, aprovação e execução do Plano de Recuperação do Lince é crucial para garantir o sucesso do estabelecimento de uma população estável na Região, uma luta que, segundo a organização, já se arrasta há décadas. . Além disso, destacam a necessidade de planos semelhantes para outras espécies selvagens ameaçadas na região.
Resposta do Ministério da Região de Múrcia
Após o pedido dos Ecologistas em Acção para que o Governo regional aprovasse e activasse o Plano de Recuperação do Lince, o Ministério do Ambiente, Universidades, Investigação e Mar Menor destacou o seu compromisso com a conservação do lince ibérico. A secretária regional de Energia, Sustentabilidade e Acção Climática, María Cruz Ferreira, sublinhou que o governo regional segue o roteiro estabelecido na Estratégia de Conservação do Lince Ibérico em Espanha, acordado pelos parceiros do programa europeu Life Lynxconnect. Este programa visa criar uma cintura de centros populacionais de linces em Espanha e Portugal para melhorar a situação da espécie.
Ferreira afirmou que o compromisso do governo regional com o lince ibérico é total, destacando a sua importância como eixo prioritário para reforçar a presença do lince na Região e aumentar o número de exemplares em ambientes naturais. Ele ressaltou que há mais de 20 anos, O Executivo regional tem colaborado em vários projectos de reintrodução e conservação do lince ibérico em colaboração com o Ministério e outras comunidades autónomas como Andaluzia, Castela-La Mancha e Extremadura.
Neste contexto, Ferreira destacou que a coordenação entre administrações levou ao desenvolvimento e aprovação de uma Estratégia Nacional para o planeamento e execução de ações comuns, com o objetivo de unir esforços para alcançar a recuperação da espécie. Esta estratégia conta com o apoio da Conferência Setorial do Ambiente, órgão de colaboração entre o Estado e as Comunidades Autónomas para coordenar políticas e ações ambientais.
“Organizador. Introvertido. Fanático certificado pela internet. Beeraholic. Fã de álcool irritantemente humilde.”