Emigrantes portugueses deslocam-se e nascem cada vez mais fora de Portugal – Executive Digest

O presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) considerou que as comunidades portuguesas são cada vez mais compostas por lusodescendentes e que as suas funções são cada vez mais diferenciadas, ou que deveriam merecer a atenção das autoridades em Portugal.

Em entrevista à Agência Lusa, Flávio Martins, à frente do CCP desde 2016, considera que é preciso fazer “uma passagem” entre os emigrantes portugueses mais velhos e os mais novos, que são cada vez mais portugueses nascidos fora de Portugal.

“As comunidades são apenas aqueles portugueses que saem de Portugal por algum motivo e para outro país e as mesmas pessoas que nascem nos nossos países e que correspondem cada vez a um número cada vez maior e devem ser objecto de uma reflexão profunda de “Quem trabalha com a mériais, o CCP, os governos – seja o central, como os regionais -, mas as pessoas precisam de perceber isso”, disse.

Flávio Martins acredita que esta reflexão contribuirá para outras formas de abordar e pensar políticas para essas comunidades.

Este é um exemplo do programa Regressar, que apoia o regresso de dois emigrantes portugueses a Portugal, através de um conjunto de benefícios, como impostos.

“Só regresso quem saiu. Pergunto-me se não seria importante haver incentivos para as pessoas que não vivem, porque só nasceram fora de Portugal, mas querem estabelecer-se em Portugal e não serem abrangidas pelos benefícios do “Regressar ”Programa, ela adiantou.

Este programa, que “em teoria é muito interessante”, limita-se a quem veio de Portugal, mas “há uma percentagem importante de portugueses que não vem de Portugal, porque não existe nenhum programa fora de Portugal que abra essas pessoas “, ele perguntou.

“As pessoas já não conseguem olhar para comunidades como aquelas que saem de Portugal por alguma missão económica ou política e que muitas vezes trabalham exclusivamente nos serviços e no comércio. Aqui temos português em todas as áreas, se não em todas, nos países em geral e é preciso também fazer uma avaliação, o que nunca foi feito de forma mais aberta”, continuou.

Esta é uma das razões pelas quais Flávio Martins, de origem portuguesa e nascido no Brasil, onde reside, defende a criação de “um perfil, um censo de comunidades”.

Para sermos responsáveis, as pessoas em Portugal já ouviram muitas vezes nas comunidades o PCC. Este é um exemplo de medida proposta para que o Conselho realize votação remota para esses eleitorais que envolvem as comunidades, ou que poderá ser testada nas eleições do PCC, conforme próximas, que serão realizadas no dia 26 de novembro.

“Defendemos há muito tempo a possibilidade do voto à distância para um cidadão da sociedade civil e ao mesmo tempo, apesar de muitos acordos, não estamos a avançar”, lamentou.

Sublinhou-se que “Portugal precisa de pensar de uma forma mais dialógica, mais horizontal para as comunidades e não de uma forma muitas vezes paternalista e ao mesmo tempo sem falar e sem falar ou dialogar com as comunidades”.

Calvin Clayton

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