Festival de Fado que celebra a música tradicional portuguesa chega gratuitamente ao CCK

No âmbito da edição de 2023 deste festival intitulado “Fado e Guitarra Portuguesa”, Um evento que celebra a música tradicional de Portugal chega a Buenos Aires.

Será no Centro Cultural Kirchner (CCK) no dia Sexta-feira, 17 de novembro a partir das 14h30 com entrada gratuita.

Com o intuito de promover o Fado e a cultura portuguesa, o festival vai já na sua 13ª edição e será dedicado à guitarra portuguesa. Será a oportunidade de ver ao vivo fadistas da envergadura de Cristina Branco e Cuca Rosetae ao exímio o guitarrista Bernardo Couto, que também ministrará um workshop sobre o instrumento e sua técnica. Da mesma forma, será exibido um documentário sobre a história da guitarra portuguesa.

Sobre os artistas participantes do festival

Cuca Roseta É uma das vozes mais aclamadas e respeitadas do Fado. Publicou sete álbuns, assinados pelos mais prestigiados produtores do mundo e com grande reconhecimento da mídia e do público.
Ao longo de sua carreira compartilhou momentos musicais com Bryan Adams, Julio Iglesias, Iván Lins, Djavan, Jorge Drexler, David Bisbal, Niña Pastori, Silvia Pérez Cruz, entre outros.
Seu álbum de estreia foi produzido por Gustavo Santaolalla, prestigiado produtor e detentor de diversos Grammys e Oscars. O seu sucesso foi tão grande que rapidamente a destacou como uma das mais importantes fadistas. Em “Raíz”, o seu segundo álbum, assume-se como compositora e letrista da maior parte das letras.
Depois de Gustavo Santaolalla, Nelson Motta, conhecido produtor brasileiro, também se deixou conquistar pelo talento de Cuca Roseta e produziu “Riu”, álbum que revolucionaria sua carreira. O seu quarto álbum “Luz” é um álbum em que a força, segurança e paz que existe em cada uma das suas canções é mais evidente do que nunca, e uma elegância na sua forma de cantar que nunca tinha visto antes. tornou tão evidente.
Em 2020, Cuca Roseta apresenta duas obras notáveis: um álbum de homenagem a Amália Rodrigues, “Amália por Cuca Roseta”, que recebeu enormes elogios da comunicação social e, por último, o álbum “Meu”, onde a fadista se assume como autora e compositor de todas as músicas.
Em 2023, Cuca Roseta prevê lançar um álbum inédito em espanhol e português no qual cruza duas culturas: o fado e o flamenco.
Para a digressão do Festival de Fado, Cuca Roseta preparou um espetáculo especial onde fará uma retrospectiva dos clássicos do fado e dos sucessos da sua carreira. A artista pretende ainda aliar o seu canto à cultura dos países onde se apresentará, tendo algumas surpresas preparadas para o público.

Cristina Branco É uma incansável embaixadora da cultura portuguesa no mundo. Nas últimas duas décadas ela se consolidou como uma das cantoras mais prolíficas da atualidade e produziu uma importante discografia.
A música tradicional portuguesa e o fado são as suas principais raízes estéticas, mas a influência do jazz, da literatura e dos músicos com quem partilha o palco, conferem à sua música um toque universal. A sua carreira começa na Holanda, onde gravou Cristina Branco no Holland Live (1997). Nos anos seguintes, o nome de Cristina ressoa por toda a Europa, esgota os seus concertos em inúmeras cidades e publica vários discos, entre eles Murmúrios (1998) e Post-Scriptum (2000) – considerado o melhor álbum do mês. em França – que reforçam o sucesso do seu primeiro trabalho e pelo qual recebeu dois Prix Choc, os prestigiados prémios da revista francesa Le Monde de La Musique.
Apesar do sucesso à porta fechada, só na viragem do milénio e com Corpo Iluminado (2001), que ganhou ouro na Holanda, O Descobridor (2002), Sensus (2003) e Ulisses (2005), Cristina Branco começa, finalmente, ser aclamado em Portugal. A seguir apresenta Abril (2007), álbum com versões de músicas de José Afonso, Kronos (2009) e Não há só Tangos em Paris (2011), seu décimo álbum de estúdio, que conta com a colaboração de autores e compositores como Mário Laginha, Carlos Tê e Pedro da Silva Martins.
Considerado o Melhor Álbum do Ano pela Sociedade Portuguesa de Autores, Menina (2016) é o primeiro capítulo de uma trilogia completada pelos joviais Branco (2018) e Eva (2020), álbuns em que Cristina Branco tem colaborações inusitadas, que transcendem estilos, culturas e geografias e nas quais fazem interpretações que inovam a expressão musical tradicional do fado.
Em 2022, ano em que comemora 25 anos de carreira, Cristina Branco voltou a lançar discos com os elogiados Amoras numa Tarde de Outono.

Bernardo Couto, Nascido em 1979, começou a aprender a tocar guitarra portuguesa aos 13 anos com o guitarrista e compositor Carlos Gonçalves.
Na Escola de Música do Conservatório Nacional licenciou-se em Guitarra Portuguesa e Formação Musical, tendo também cursado as disciplinas de Análise e Técnicas de Composição, Acústica, História da Música e Música de Câmara. Estudou também com Pedro Caldeira Cabral, Paulo Parreira e Ricardo Rocha.
Começou a tocar profissionalmente na casa de fados Mesa de Frades, e desde então embarcou num percurso como acompanhante tocando com Raquel Tavares, Camané, Ana Moura e, mais recentemente, com Cristina Branco, António Zambujo e Rão Kyao.
Integra ainda o duo com o bandoneonista argentino Martin Sued, e o trio SUL com o pianista Luís Figueiredo e o contrabaixista Bernardo Moreira.
Em 2022, e com a chancela editorial do Museu do Fado, lança um disco a solo ligado exclusivamente ao repertório de guitarras tradicionais lisboetas.
A guitarra portuguesa: Portugal possui um instrumento musical cujo som é inconfundível: a guitarra portuguesa.
Amplamente difundido nos salões europeus de meados do século XVIII, entrou em Portugal através das colónias de ingleses residentes em Lisboa e no Porto, pontos de referência para muitas das modas culturais que as elites urbanas da época absorveram.
Até ao primeiro quartel do século XIX, esta “guitarra inglesa” era um instrumento exclusivo da burguesia e da nobreza dos salões urbanos.
É a partir do segundo quartel do século XIX que o nome “guitarra portuguesa” surge em fontes históricas, que testemunham a utilização do modelo com seis pares de cordas, modificação que provavelmente foi introduzida em Portugal.
A partir de 1840 há notícias da sua associação ao fado e este assumirá até hoje um papel absolutamente central.
O guitarrista Armando Augusto Freire (1891-1946) foi autor de inúmeros fados e variações e deixou uma escola que produziu, entre outros, Jaime Santos, Carvalhinho, Raúl Nery e José Fontes Rocha.
No que diz respeito aos conjuntos de guitarras, os conjuntos do Professor Martinho d’Assunção, destacado violista e compositor, e o conjunto de guitarras de Raúl Nery, criado a pedido da Emissora Nacional, mantiveram-se como uma referência na história do Fado. e que são formadas pelo próprio Raúl Nery, juntamente com José Fontes Rocha, Júlio Gomes e Joel Pina.
Durante o século XX, Artur Paredes e Carlos Paredes ampliariam significativamente o repertório, a expressividade e a técnica da guitarra, transformando-a num fascinante instrumento de concerto, com um vasto repertório a solo.
Um instrumento com um timbre tão diferente que, onde quer que esteja, qualquer português o reconhece nos primeiros acordes.

Line up / programa Festival de Fado Buenos Aires 2023

14h30 Projeção de Filme. Documentário: “Guitarras Portuguesas” – Auditório 511. Documentário de 90 minutos dirigido por Ivan Dias onde luthiers, autores e guitarristas de guitarra revelam os seus diferentes caminhos no Fado.
-16h30 Bernardo Couto Workshop no Salão de Honra. Conferência sobre origens, história e técnicas da guitarra portuguesa.
-17:00 Concerto de Bernardo Couto na Sala de Honra
-19:00 Concerto Cuca Roseta
-9:00 da noite Concerto Cristina Branco

Miranda Pearson

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