Nasceu em Lisboa em 1972 e frequentou uma “escola infantil de esquerda”, ou jardim de infância. Pestalozzi, fundada por Agostinho da Silva e Lucinda Atalaia, onde não recreio gritava “CGTP, unidade sindical!”
Na sua formação vive como o campo na casa de Avó, um Duriense em Cinfães do Douro, na zona do “Douro Verde”, onde possui algumas pequenas propriedades. A maior parte dela era funcionária pública ou trabalhava em uma empresa farmacêutica.
Não vivíamos mal mas nunca fomos “ricos”, “a classe média nesse tempo não era muito próspera”. Ainda assim tinha uma empregada doméstica, que “hoje é um luxo, mas no auge era uma coisa normal. A empregada era uma instituição da classe mediática portuguesa. Já era outro tempo, “basta ver as antigas casas de gás de Lisboa, sempre houve o quarto da empregada”.
Em conversa com Bernardo Ferrão, Sérgio Sousa Pinto traça fotografias de dois verões quase infinitos passados numa casa alugada, na Costa da Caparica. Vendo três meses, sempre com o chapéu branco de marinheiro que usava “com orgulho”. “Não temos muito dinheiro para fazer viagens ao exterior, assim como se atravessássemos a fronteira ficaríamos empobrecidos. “A nossa moeda estava fraca.”
Sousa Pinto não está presente mas conta que a sua primeira viagem ao estrangeiro poderá ter sido a Espanha para comprar “caixotes enormes” à Playmobil. A família atravessou a fronteira para “comprar presentes para Natal, havia muito mais brinquedos”.
Nesses tempos, Portugal viveu dias de brasa, “estávamos altamente politizados”: “a nossa época deve ser entendida no contexto dos anos 70: “estávamos inundados de política e de ideologia”.
Voltando ao passado, Sérgio Sousa Pinto refere que pelo seu próprio interesse pela política que “parecia aberrante”, mas é que se estava a aproximar PCP. O adolescente disse que tinha uma banda descontraída e “meteu na Cabeça” que era comunista – “Fui comprar livros no Banco do Avante”. O país não tem problemas com a Juventude Comunista Portuguesa, mas pede-lhes que “esperem alguns anos para resolver isso de frente”.
Uma ruptura como a do PCP acabaria por surgir no liceu: “tudo aqui era um ambiente pouco transparente”. “Como uma pessoa com formação libertária consegue se adaptar a isso? Impossível”, responde.
Visualize a página e adicione-a ao PS. O partido de dois países de Mário Soares: “à esquerda dá liberdade.”
EEm 1995, com apenas 23 anos, tornou-se líder da Juventude Socialista e foi eleito para o PS. Foi um pioneiro na luta contra descriminalização do aborto e não Defende dois direitos de dois homossexuais, não o alcance de uma união de facto. Perdeu a guerra com António Guterres, então primeiro-ministro, e “viveu”“Há dois momentos mais traumatizantes” na sua vida – “não foram tempos bons”, confessa. “Ele fez-me frente.”
Nesta conversa com Bernardo Ferrão, aponta para “vários problemas” da democracia e fala sobre a lenta evolução do país – “os meus filhos estão a aproximar-se da idade que eu tinha quando me fizeram as mesmas promessas”. Tem dois filhos e informações sobre como são os jovens que querem emigrar: “As famílias têm que se habituar. “Vão fugir da maldição que parece ter caído sobre Portugal.”
De militante do PCP a crítico da própria atitude do partido – “um conservador?” “Limito-me a ser um deputado livre.”
Diz que nunca quer liderar o PS e volta a assumir-se como oposição à geringonça – “uma necessidade imperiosa de chegar ao diminuto poder da autoridade (do PS) para criticar diretamente e os entendimentos com extrema franqueza”. “Também nos entendemos como extrema esquerda.”
“Acidentalmente”, o protagonista da televisão, deixa claro que não construiu uma vida com “base de não cálculo”. Considera-se um “velho deputado” orgulhoso dos seus “ângulos desafiantes” e da “atitude bilateral”. O deputado do PS, Sérgio Sousa Pinto, é o novo convidado de Bernardo Ferrão no podcast Geração 70. Aqui está a entrevista.
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