Pbro. José Martinez Colin
“Olhamos para uma estrela por dois motivos: porque é luminosa e porque é impenetrável. Mas ao nosso lado está um brilho mais doce e um mistério maior: a mulher” (Victor Hugo em “Os miseráveis”). Certamente, as maravilhas da criação podem chamar a nossa atenção, mas nenhuma tão resplandecente e misteriosa como as mulheres. Embora pudesse ser estendido a qualquer ser humano criado à imagem do próprio Deus. O Papa Francisco nos convida a brilhar.
Perante um milhão e meio de jovens reunidos no Parque do Tejo, em Lisboa (Portugal), o Papa Francisco concluiu a Jornada Mundial da Juventude com a celebração da Santa Missa da Transfiguração. E ele perguntou: “O que levamos? Brilhe, ouça e não tenha medo.” Tal como os Apóstolos contemplaram o esplendor do Senhor, devemos deixar-nos deslumbrar pela luz divina.
Há 28 anos, Shelly Pennefather era uma jovem promessa do basquete. Ela estava prestes a assinar um contrato de US$ 200 mil por ano. Ela estava romanticamente envolvida com um garoto chamado Haisler. Mas ficou deslumbrada com o esplendor do Senhor e decidiu segui-lo na vida de clausura.
Shelly é atualmente Irmã Rose Marie e mora no Mosteiro das Clarissas na Virgínia, Estados Unidos. A mãe, que costumava reunir toda a família para rezar o Rosário, vai à igreja todas as manhãs; Seu pai foi quem a ensinou a jogar basquete. Sua treinadora contou que ela também rezou o Rosário da Virgem Maria. Quando jovem, ganhou diversos prêmios: bateu seu recorde histórico ao acumular 2.408 pontos em sua universidade, marca que ainda é válida; ela ganhou o Troféu concedido à melhor jogadora de basquete universitário. Ela jogou em um time no Japão.
Irmã Rose Marie afirma que ama a vida que escolheu: “Gostaria que todos pudessem vivê-la um pouquinho para ver. Está tão quieto. Sinto que não estou subestimando a vida. Estou vivendo isso ao máximo.”
Seus companheiros e o treinador continuaram a visitá-la. Heisler também recebeu um chamado de Deus e foi ordenado sacerdote. Irmã Rose Marie vive as regras do mosteiro, por exemplo, dorme em colchões de palha, de hábito completo, e levanta-se todas as noites às 12h30 para rezar.
Ao comemorar 25 anos de sua consagração, pôde abraçar sua família. Havia também o agora pai Heisler. Deram-se um abraço fraternal e a freira disse-lhe: “Tomamos a decisão certa”, ao que ele respondeu: “Não me arrependo”.
Hoje o mundo precisa de luz – comenta o Papa -, de um clarão de luz que seja esperança para enfrentar as trevas que nos assaltam, tantas derrotas diárias para enfrentá-las com a luz da ressurreição de Jesus, porque Ele é a luz que brilha até na noite. Nosso Deus ilumina nosso olhar, ilumina nosso coração, ilumina nossa mente e nosso desejo de fazer algo na vida.
Mas não nos tornamos luminosos quando nos colocamos sob os refletores ou mostramos uma imagem perfeita, não, isso deslumbra. Se olharmos para nós mesmos, egoístas, a luz se apaga. Tornamo-nos luminosos quando aprendemos a amar como Jesus. Só seremos leves com obras de amor. (articulosdog@gmail.com)