A comissão que investiga os abusos da Igreja em Portugal estima mais de 4800 vítimas

“Não é possível quantificar o número total de crimes”, admitiu o coordenador da comissão independente, Pedro Strecht, que denunciou que “a maior parte das vítimas foram abusadas mais do que uma vez”. Os abusos ocorreram na Igreja nos últimos 70 anos em Portugal.

A comissão independente que investiga abusos sexuais de menores dentro da Igreja Católica em Portugal validou 512 reclamaçõesmas divulgou uma estimativa de 4.815 casos. A informação é do coordenador da comissão, o psiquiatra infantil Pedro Strecht.

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A investigação decorreu ao longo de 2022, integrando expressamente personalidades alheias à Igreja, entre outros, um ex-ministro da Justiça, um sociólogo e um assistente social.

Assim que começou a funcionar, em janeiro, surgiram mais de uma centena de reclamações numa semana. Em outubro, já eram mais de 400. Pedro Strecht alertou que o número pode ser muito maior. A cronologia dos casos começa em 1950, abrangendo vítimas que hoje têm 88 anos. Isso supõe a prescrição do crime para a maioria das vítimas. No entanto, existem outros depoimentos que foram remetidos ao Ministério Público para abertura de processo-crime.

O documento foi entregue neste domingo ao Conferência Episcopal Portuguesa, presidida por Dom José Ornelas. Uma assembleia plenária está marcada para 3 de março para analisar conjuntamente as implicações do relatório.

Calvin Clayton

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