O banco central do México decidiu por unanimidade deixar a taxa básica inalterada

MÉXICO DF (Reuters) – O Conselho de Administração do banco central do México decidiu por unanimidade não mexer na taxa básica de juros no início do mês por considerar que as perspectivas para a inflação são benignas, mas reconheceu que há risco de desvalorização da moeda se a volatilidade financeira global retornar.

Os cinco membros do conselho concordaram em manter a taxa de juros interbancária overnight em 3,50 por cento, nível que definiram em outubro e consideram consistente com sua meta de inflação, de acordo com a ata da reunião divulgada na sexta-feira.

Embora a perspectiva para a inflação local não tenha mudado em relação aos meses anteriores, para alguns membros do conselho há um viés de alta devido ao risco de desvalorização do peso.

“A maioria identificou a possibilidade de depreciação da taxa de câmbio como um risco de alta, que pode ter origem em episódios de volatilidade nos mercados financeiros internacionais, embora tenha apontado que os mercados nacionais têm se comportado de maneira ordenada”, diz a ata. . .

O peso mexicano tem operado volátil nos últimos meses, embora mantendo o patamar de 13 unidades por dólar como eixo, em meio a especulações sobre o futuro do plano de estímulo do Federal Reserve dos Estados Unidos e a influência positiva gerada pelo andamento das reformas estruturais.

O Banco do México (central) manteve intacta a taxa básica de juros em seu comunicado de 6 de dezembro, considerando que prevalece um grau considerável de ociosidade na economia.

A economia mexicana perdeu força a partir do segundo semestre de 2012, juntamente com o menor dinamismo do parceiro Estados Unidos e uma lenta execução dos gastos públicos, somados ao impacto das fortes tempestades no terceiro trimestre.

A projeção de crescimento econômico do Banco do México está entre 3 e 4 por cento em 2014, embora o consumo e o investimento ainda não tenham mostrado sinais claros de recuperação, segundo a ata.

Neste ano, a segunda maior economia latino-americana pode crescer entre 0,9 e 1,4 por cento, segundo o banco.

Em seu primeiro ano de mandato, o presidente Enrique Peña Nieto obteve a aprovação de complexas reformas estruturais que estavam pendentes há mais de uma década e com as quais busca melhorar o crescimento econômico do país, em particular uma que permita maior abertura privada no sensível setor de energia.

AUMENTO DA TAXA ATÉ 2015

Diante do estado enfraquecido da economia, a maioria dos membros do banco central não antecipa pressões de preços no horizonte próximo, disse o documento.

No entanto, a entidade monetária afirmou que também permanecerá vigilante para que as reformas estruturais recentemente aprovadas não gerem efeitos de segunda ordem na formação de preços.

Analistas acreditam que não haverá alteração na taxa até pelo menos meados de 2014 ou além, desde que não haja mudanças bruscas nas perspectivas para a economia.

“O banco central vai começar a aumentar sua principal taxa de juros até o primeiro trimestre de 2015, em nossa opinião”, disse o banco Barclays em nota aos clientes.

“Agora que começou a retirada do estímulo monetário da Reserva Federal dos EUA (…) acreditamos que se o cenário macroeconómico de 2014 se confirmar, o banco central manter-se-á neutro ao longo de 2014”, acrescentou.

O Banco do México cortou a taxa básica de juros três vezes em 2013, enquanto a economia perdia força e os preços permaneciam relativamente sob controle.

A taxa básica de juros começou o ano em 4,50%.

A inflação do México ficou em 3,62% até novembro na taxa interanual, dentro da meta do banco central de 3% +/- um ponto percentual.

Editado por Anahí Rama/Manuel Farías

Raven Carlson

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