A celebração terá início às 10h30 com um ato ecumênico dirigido pelo Babalorixá Pedro de Mayorca do centro Ile Ase Osun Doyo e do Padre Paco Oliveira See More do Grupo dos Sacerdotes na Opção pelos Pobres. O significado da celebração visa reivindicar a dignidade e a libertação política, econômica e cultural do povo brasileiro, a começar pelos mais pobres, seus povos nativos, e principalmente os povos da África que vieram escravizados.
Ele O encerramento do ato incluirá a lavagem das escadas da Casa Patria Grande em homenagem à Lavagem do Bonfim. A lavagem das escadas é um ato simbólico que chama a atenção para a necessidade de nossos povos da Pátria Grande, e nossas instituições, inclusive nossos credos e igrejas, e governos, serem purificados, limpos de toda hipocrisia , toda opressão e todos os vitimizadores, com a água perfumada das sabedorias ancestrais e as mãos mais simples, pobres e criativas dos nossos povos.
Após o término do ato ecumênico, os convidados poderão desfrutar de um feira de alimentos com pratos brasileiros e pratos baianos no cardápio de Brasil Natural, A Turma da Baiana e Me leva Que Eu Vou. também haverá um festival cultural em homenagem a musica baiana com apresentação de capoeira Grupo Oriaxé e a participação dos cantores Shirlene Oliveira, Lizza Dias, Marisa Nascimento e o Multibloco Bahiano.
200 anos da Independência do Brasil na Bahia
Domingo, 2 de julho às 10h30
Casa Patria Grande Presidente Néstor Kirchner. Carlos Pelegrini, 1285.
“Com tiranos não combinamos
Brasileiros, brasileiros corações”
Na madrugada de 2 de julho de 1823, a cidade de Salvador acordou quase deserta: o exército português havia abandonado definitivamente a província da Bahia. Dizem que o dia amanheceu lindo, sem as chuvas de junho. O sol brilhou!
Os baianos conhecem esta data como a Independência da Bahía de Brasil, que comemora a vitória dos brasileiros na guerra na então província da Bahia por mais de 17 meses (de fevereiro de 1822 a julho de 1823) contra as tropas portuguesas. Com a vitória do Exército e da Marinha do Brasil na Bahia, consolidou-se a separação política do Brasil de Portugal.
Assim, com base nos estudos de Luís Henrique Dias Tavares, historiador, professor emérito da Universidade Federal da Bahia (UFBA), o dia 7 de setembro de 1822 é uma data simbólica, não sendo a data real da independência do Brasil, até porque uma grande parte do país (região Nordeste) ainda não era independente. O fato é que talvez nunca tenham parado para imaginar o que aconteceu na guerra de independência do Nordeste, com características bem diferentes da forma como o Brasil se separou de Portugal. O dia 2 de julho ficou na reverência patriótica dos baianos que, desde então, estabeleceram a tradição de comemorar anualmente com a repetição da entrada do Exército Pacificador na cidade de Salvador.
A Lavagem do Bonfim
Tradição mantida por mais de dois séculos, o Lavado de Bonfim é marcado pela forte presença do sincretismo religioso entre catolicismo e candomblé. Os devotos do Senhor Bom Jesus do Bonfim e de Oxalá se reúnem para festejar, homenagear e fazer promessas na procissão até a Colina Sagrada.
O culto ao Nosso Senhor do Bonfim teve início em 1745, quando a imagem do santo foi trazida pelo capitão português Teodósio Rodrigues de Farias, cumprindo uma promessa que fizera após sobreviver a uma forte tempestade.
A tradição de lavar as escadas da igreja também vem dessa época, quando os escravos eram obrigados a lavar as escadas do templo antes da festa. Os negros passaram então a venerar Oxalá, o pai de todos os orixás. Além do contexto religioso, o Lavabo do Bonfim também se caracteriza pela grande festa que acompanha e envolve o caminho da fé. A Lavagem do Bonfim é a principal festa de Salvador da Bahia. É o único encontro entre as duas religiões mais cultuadas da cidade e do Brasil, o candomblé e o catolicismo. O Senhor do Bonfim pertence a ambos, e no candomblé (de origem afro-brasileira) está ligado a Oxalá, pai de todos os orixás, que recebe a cor branca.
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