O Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou este sábado (25.03.2023) que “a guerra na Ucrânia não é europeia, é global”, porque todas as potências mundiais estão envolvidas e os seus efeitos sociais, económicos e financeiros têm repercussões no planeta inteiro.
No seu discurso na XXVIII Cimeira Ibero-Americana, que se realiza em Santo Domingo, Rebelo de Sousa alertou que no conflito armado provocado pela Rússia contra a Ucrânia “todas as principais potências mundiais intervêm com ajuda directa ou indirecta”.
O Chefe de Estado de Portugal salientou que são os mais pobres que estão a pagar os efeitos da guerra, dada a aceleração da inflação e dos preços da energia e dos alimentos. Assim, ele previu que o mundo deixado por esta guerra será muito diferente daquele do final do século XX, por isso considerou muito importante “reafirmar os grandes princípios” da América Latina.
“O mundo ibero-americano tem um papel único a desempenhar neste mundo que está a mudar”, disse Rebelo de Sousa. “É um momento de grande responsabilidade para todos nós. 2023 e 2024 vão ser anos decisivos para a construção da paz e o fim da guerra, e para a construção da paz, há mais guerras além da Ucrânia”, acrescentou .
Nesse sentido, defendeu a recuperação do multilateralismo, que considerou perdido nos últimos anos, apesar de o mundo continuar a ser multipolar. “Temos que encontrar uma forma de retribuir a esperança de milhões de ibero-americanos. Nossa força são nossos povos. Eles são os milhões de ibero-americanos, são a razão de nossa presença aqui”, afirmou.
O presidente português dirigiu-se ao seu homólogo chileno, Gabriel Boric, para recordar o 50º aniversário do golpe de estado do general Augusto Pinochet contra Salvador Allende, assegurando que esta ação serviu para despertar os portugueses para liderar a Revolução dos Cravos um ano depois.
A XXVIII Cúpula Ibero-Americana tem o clima como um de seus eixos temáticos com a adoção de uma carta ambiental ibero-americana, bem como uma carta de direitos digitais, uma estratégia para a segurança alimentar e outra para uma nova arquitetura financeira. (EFE)
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