PEQUIM, 11 Dez (Reuters) – As autoridades chinesas detiveram um cidadão chinês que trabalhava para o escritório da Bloomberg News em Pequim por suspeita de colocar em risco a segurança nacional, disseram a agência de notícias e o Ministério das Relações Exteriores da China nesta sexta-feira.

De acordo com um relatório da Bloomberg, Haze Fan foi vista sendo escoltada de seu prédio por seguranças à paisana na segunda-feira, pouco depois de entrar em contato com um de seus editores.

“A cidadã chinesa Fan foi detida pelo Departamento de Segurança Nacional de Pequim de acordo com a lei chinesa relevante por suspeita de envolvimento em atividades criminosas que colocam em risco a segurança nacional”, disse o Ministério das Relações Exteriores da China em resposta a uma consulta da Reuters.

“O caso está atualmente sob investigação. Os direitos legítimos da Sra. Fan foram totalmente garantidos e sua família foi notificada”, disse o ministério.

O Departamento de Segurança Nacional de Pequim não pôde ser imediatamente contatado para comentar.

“Estamos muito preocupados com ela e temos conversado ativamente com as autoridades chinesas para entender melhor a situação”, disse uma porta-voz da Bloomberg, com sede em Nova York, em comunicado enviado por e-mail à Reuters. “Continuamos a fazer tudo o que podemos para apoiá-la enquanto buscamos mais informações.”

O editor-chefe da Bloomberg, John Micklethwait, e outros editores seniores disseram à equipe da China que as autoridades chinesas disseram que Fan não foi detida em relação ao seu trabalho, informou o Wall Street Journal, citando fontes não identificadas.

Fan está na Bloomberg desde 2017 e trabalhou anteriormente para a Reuters, bem como para a CNBC, Al Jazeera e CBS News, de acordo com seu perfil no LinkedIn.

A China expulsou mais de uma dúzia de jornalistas estrangeiros de organizações de mídia dos EUA este ano, cancelando suas credenciais de imprensa à medida que suas relações com Washington pioraram.

Em agosto, as autoridades de Pequim detiveram Cheng Lei, um cidadão australiano nascido na China que trabalhava para a emissora estatal chinesa CGTN, por suspeita de atividades que colocavam em risco a segurança nacional.

Em setembro, o governo australiano ajudou dois correspondentes estrangeiros australianos a deixar a China depois de terem sido questionados pelo Ministério de Segurança do Estado da China.

O Clube de Correspondentes Estrangeiros da China em Pequim disse estar muito preocupado ao saber da detenção de Fan e buscando esclarecimentos sobre por que ela foi detida.

A União Europeia disse em um comunicado no sábado que espera que as autoridades chinesas concedam a Fan “assistência médica se necessário, acesso imediato a um advogado de sua escolha e contatos com sua família”.

Reportagem de Yew Lun Tian e Tony Munroe; reportagem adicional de Tom Daly; Edição por Simon Cameron-Moore, Kevin Liffey e William Mallard

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