A Fundación ONCE e a DigitalES apresentaram nesta quinta-feira um total de cinco projetos de diferentes empresas para “tornar a tecnologia mais acessível” e que têm como objetivo “não deixar as pessoas com deficiência para trás”, como a língua de sinais no metaverso, designs inclusivos em organizações internacionais e melhor acesso a serviços financeiros.
O diretor geral da DigitalES, Víctor Calvo-Sotelo, e o diretor de Acessibilidade e Inovação da Fundação ONCE, Jesús Hernández, iniciaram o ‘Fórum IN: Rumo a uma tecnologia acessível e diversa’ oferecendo às entidades “colaboração” para a realização de atividades e programas que “permitem às empresas serem mais responsáveis em termos de acessibilidade e cumprimento da legislação”.
O projeto da Accenture sobre a linguagem de sinais no metaverso busca construir um protótipo que traduza a linguagem de sinais para a linguagem escrita no metaverso, o que ajudaria a “quebrar as barreiras de comunicação, capacitar as pessoas e promover a inclusão”. ”. A esta altura, o especialista em Inteligência Artificial Generativa, Francisco Burruezo, explicou que ela pode ser utilizada na educação, saúde, trabalho e justiça.
“A língua de sinais não usa apenas gestos com as mãos, mas também expressões faciais. Esta proposta visa a plena integração das pessoas com deficiência auditiva na comunidade. Além disso, pode ser complementado com traduções da língua natural para a língua de sinais”, indicou Burruezo.
Por outro lado, o ‘head of experience’ da NTT Data, Jorge Márquez, deu a conhecer a sua proposta de dotar as organizações internacionais de design inclusivo. O objetivo é “que criatividade e diversidade andem de mãos dadas para oferecer modelos de interação próximos e próximos das pessoas”.
Dessa forma, deu exemplo dos desenhos desenvolvidos para a Organização das Nações Unidas (ONU) para gerar “ambientes inclusivos” e poder criar uma política digital dentro desta organização. Da mesma forma, explicou que também têm trabalhado em Espanha, especificamente para a Administração Pública, para que as suas páginas sejam “mais claras, simples e acessíveis”.
ARTE E SERVIÇOS FINANCEIROS
Por seu turno, o responsável de Inovação da Ortzadar, Jesús Velasco, apresentou o projeto ‘Artccesible’, em colaboração com a Orange, que visa fazer com que a arte seja “sentida e apreciada” por pessoas cegas. Esta ideia nasceu de vários jovens que estudam Formação Profissional com o objetivo de “diminuir as desigualdades”.
Por exemplo, os alunos trabalharam na recriação de pequenas versões de algumas obras do Museu Chillida Leku para que pessoas com deficiência pudessem tocá-las. Velasco defendeu que desta forma “existe uma oportunidade para que a arte seja acessível a todos”.
No caso da Mastercard, a empresa quer promover “acesso igualitário” aos serviços financeiros. A diretora de Pagamentos Digitais e Inovação para Espanha e Portugal, Susana Rubio, lembrou que, no futuro, o impacto da perda de visão vai aumentar, pelo que “devem ser propostas ações para que a população continue a pagar com as mesmas facilidades”.
Por isso, a entidade criou o ‘Touch card’, um sistema de entalhes pensado para permitir que as pessoas com perda de visão possam “distinguir correctamente” o tipo de cartões e utilizá-los “de forma eficiente”. Graças à sua identificação, “são satisfeitas as necessidades dos invisuais ou amblíopes e de quem paga em condições de baixa visibilidade”.
Por fim, o ‘cientista líder’ da Nokia, Pablo Pérez, apresentou sua proposta de criar “um metaverso inclusivo”, chamado ‘Incluverso5G’. Este projeto, ainda em desenvolvimento, ajudaria pessoas que moram em lugares diferentes a se visitarem virtualmente. Tudo isso através de óculos de realidade virtual.
INCENTIVAR A ACESSIBILIDADE
O fórum também organizou uma mesa redonda para conhecer os novos obstáculos que “devem ser superados para a inclusão digital de pessoas com deficiência”. A diretora-geral de Acessibilidade da Câmara Municipal de Madrid, Noelia Cuenca, sublinhou que “devemos garantir que as pessoas tenham oportunidades iguais na tecnologia para que possam ter uma vida mais fácil”.
Por outro lado, a representante do Departamento de Acessibilidade Tecnológica da Fundação ONCE, Lourdes González, e o professor de Informática da Universidade Nacional de Educação a Distância (UNED), Alejandro Rodríguez, concordaram que “deve-se despertar o interesse estudantes para realizar pesquisas e desenvolver tecnologias acessíveis a todos”.
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