Estas temperaturas estiveram até 20ºC acima do normal em pontos da Argélia, Marrocos, Portugal e Espanha. Recordes históricos para o mês de abril foram mesmo alcançados nestes dois últimos países, com 36,9ºC em Mora (Portugal) e 38,8ºC em Córdoba. Temperaturas recordes também foram registradas no Marrocos (algumas cidades como Sidi-Slimane, Marrakech, Taroudant ultrapassaram 41°C) e Argélia (ultrapassaram 40°C em Maghnia e Mascara-Ghriss).
Cientistas do Marrocos, França, Holanda, Estados Unidos e Reino Unido colaboraram para avaliar até que ponto as mudanças climáticas induzidas pelo homem alteraram a probabilidade e a intensidade dessa onda de calor no início da temporada.
Eles analisaram como a mudança climática induzida pelo homem alterou a probabilidade e a intensidade do Onda de calor de 3 dias que ocorreu de 26 a 28 de abril de 2023, na região mais afetada.
Onda de calor ou calor extremo?
Embora neste resumo falemos de uma onda de calor, aqui na Espanha é mais correto falar de calor extremo, uma vez que a definição de ‘onda de calor’ não é estabelecida em todos os lugares igualmente. Na Espanha, um dos requisitos é que essas temperaturas ultrapassem uma certa porcentagem dos percentis dos meses de julho e agosto. E no nosso caso não foi cumprido.
Resumo das conclusões
Entre outras, as conclusões mais relevantes do estudo seriam as seguintes:
- Ondas de calor estão entre os perigos naturais mais mortais. Apesar de não ter dados muito precisos porque muitos países carecem de um bom registro de mortes relacionadas ao calor. Sabe-se que milhares de pessoas morrem a cada ano por causas relacionadas ao calor.
- Calor extremo precoce e condições secas ameaçam o rendimento de muitas colheitas. Esta onda de calor chegou em um momento crítico para a estação de crescimento nos países do Mediterrâneo Ocidental.
Se é verdade que a Europa e o Norte de África conheceram ondas de calor mais frequentes Nos últimos anos, esse calor tem sido tão extremo que, de acordo com este estudo, as temperaturas médias observadas em três dias têm um período de retorno de cerca de 400 anos (pelo menos 60 anos) no clima atual, o que significa que têm cerca de 0,25% de chance ocorrer em um determinado ano.
Para estimar o influência da mudança climática causada pelo homem neste calor extremo, combinamos modelos climáticos com observações. Estes mostram um forte aumento na probabilidade e intensidade, mas a mudança é menor nos modelos do que nas observações. Esse problema, de aumentar mais rápido nas observações do que na simulação do modelo, já era conhecido no verão, mas agora o vemos aqui.
Os resultados, combinados, dão um aumento na probabilidade de tal evento ocorrer em pelo menos um fator de 100.
Planejamento urbano para calor extremo
O mortes relacionadas ao calor eles diminuíram em cidades com planejamento urbano para calor extremo. Isso foi eficaz na Espanha e, em particular, em Lisboa (Portugal), onde o efeito de ilha de calor urbano foi reduzido ao incorporar mais espaços verdes e azuis. Além disso, sistemas de alerta precoce para calor, comportamentos simples de autoproteção, como beber bastante água, planos de ação de calor da cidade, fortes laços sociais e percepção de risco aprimorada demonstraram reduzir os impactos na saúde relacionada ao calor
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