O programa vai começar começando no ano que vem e prevê que os médicos em formação possam desenvolver sua especialização em duas cidades, uma delas no litoral e outra no interior. A medida, segundo Pizarro, vai resolver o problema do falta de especialistas em áreas menos povoadas a médio prazo. “Alguns desses médicos vão ficar, não tenho dúvidas”, disse o ministro. O Governo português já apresentou um programa semelhante em 2017 que ele estava pensando aumentos de 40% do salário-base, embora tivesse um número máximo de 150 lugares. O Ministério da Saúde ainda não esclareceu de quanto serão os aumentos nesta ocasião.
incentivos insuficientes
A medida, no entanto, não convence por enquanto para os profissionais. O presidente da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarãesexplica ao EL PERIÓDICO que com a proposta do Governo vai ser difícil reverter a vacância de leitos em hospitais do interior do país. “Vamos ter problemas sérios nas regiões mais periféricas porque a maioria dos médicos quer ficar nos grandes centros urbanos, onde costumam ter suas famílias e onde há maior acesso a tecnologias que não existem no interior.” Guimarães defende ainda que para atrair médicos residentes para zonas despovoadas é preciso primeiro mais especialistas para ensiná-los.
Para o presidente da Ordem dos Médicosa única forma de atrair profissionais de saúde é oferecendo incentivos mais amplos e duradouros com o tempo conseguem compensar as más condições em que trabalham atualmente. “Além dos aumentos salariais, é preciso priorizar a pesquisa, a evolução das carreiras e a formação profissional contínua. Existem muitas formas de atrair médicos para o interior do país, mas você tem que pensar seriamente“, ele aponta.
problema generalizado
O baixos salários e as más condições de trabalho levaram milhares de médicos no exterior e no setor privado. Um problema que afeta todo o território e tem causado encerramento temporário de alguns serviços nos últimos meses, como emergências obstétricas em dezenas de hospitais. O caos no pronto-socorro, somado aos protestos de alguns banheiros exausto depois da pandemiaforçado a renunciar o ex-ministro da saúde, marta temiaúltimo agosto.
“Condições de trabalho eles são muito ruins E a pressão é demais. Os sanitários acumularam mais de nove milhões de horas extras no ano passado: não há país na Europa onde os médicos tenham feito tantas horas extraordinárias como em Portugal”, afirma Guimarães, acrescentando que a região onde há mais necessidade de médicos é a de Lisboaapesar dos problemas internos.
Para o sindicatos, as medidas anunciadas pelo Governo também estão longe de resolver o problema. Em comunicado, o Federação Nacional dos Médicos (FNAM) critica que as melhorias salariais e de alojamento sejam apenas destinadas aos médicos residentes e deixe de fora os especialistas. “Sem medidas transversais, que melhoram consideravelmente a condições precárias trabalho, a situação não pode ser revertida & rdquor;, dizem. “O que os médicos internos podem esperar depois de concluírem a residência é a mesma falta de condições de trabalho e a mesma desvalorização salarial do resto dos especialistas do SNS ”.
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