Igreja Católica de Portugal pede desculpas a vítimas de abuso sexual

A Igreja Católica de Portugal pediu esta sexta-feira perdão às vítimas de abuso sexual infantil pelo clero, na sequência da publicação de um relatório independente que define o âmbito dos crimes.

O relatório contundente sobre abuso sexual infantil no mês passado relatou que o clero havia abusado de quase 5.000 crianças desde 1950.

A investigação portuguesa, encomendada pela Igreja no país católico convicto, publicou as suas conclusões depois de ouvir mais de 500 vítimas no ano passado.

“É com tristeza que mais uma vez pedimos perdão a todas as vítimas de agressão sexual dentro da Igreja Católica em Portugal”, disse a conferência dos bispos em um comunicado após uma reunião em Fátima, no centro de Portugal.

A Igreja faria um “gesto público” para pedir perdão em Fátima em abril, acrescentou o comunicado. Um memorial para as vítimas também estava sendo planejado.

O relatório diz que, durante anos, a hierarquia da Igreja portuguesa encobriu sistematicamente o abuso.

“Temos de mudar a cultura da Igreja”, disse José Ornelas Carvalho, bispo de Leiria-Fátima e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), em conferência de imprensa.

A Igreja ofereceria apoio às vítimas de abuso que o desejassem, acrescentou, mas disse que a questão da compensação seria uma questão para os tribunais.

O escândalo de abuso é apenas o mais recente de uma série de tais revelações envolvendo a Igreja Católica em todo o mundo.

Confrontado com uma infinidade de casos de abuso sexual do clero que vieram à tona em todo o mundo e acusações de encobrimento, o Papa Francisco prometeu em 2019 erradicar a pedofilia dentro da Igreja.

A Igreja começou investigações em vários outros paísesincluindo Austrália, França, Alemanha, Irlanda e Holanda.

Em uma declaração publicada no Twitter na quinta-feira, o Papa deixou claro que pedir perdão, embora necessário, não seria suficiente. “A Igreja deve servir de modelo para ajudar a resolver o problema”, disse ele.

A conferência episcopal concordou na sexta-feira em estabelecer um novo organismo colocar essas ideias em prática, seguindo uma das recomendações do relatório independente.

Em carta aberta publicada na quinta-feira, elementos progressistas da Igreja o instaram a implementar as principais recomendações.

Qualquer membro do clero acusado de abuso que ainda esteja servindo deve ser suspensodizia a carta, e os bispos que ajudaram a encobrir o abuso eles deveriam ir.

Os autores do relatório forneceram à hierarquia da Igreja uma lista de clérigos acusados ​​de terem cometido o abuso.

Mas o bispo Ornelas disse aos repórteres na sexta-feira: “Recebemos apenas uma lista de nomes, sem descrever a natureza das acusações.

“Cada bispo terá que decidir quais medidas tomar à luz do direito civil e canônico”.

O Papa Francisco está programado para visitar Lisboa, a capital portuguesa, em agosto, e o bispo auxiliar da capital, Américo Aguiar, disse que pode conhecer algumas das vítimas de abuso.

Miranda Pearson

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