Prata para Marta Arce e bronze para Daniel Gavilán no Grande Prémio de Judo de Portugal — site ONCE

Foi o sinal de largada no tatame a nível internacional num ano que vai somar pontos para o ranking de qualificação para os Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Arce conquistou o vice-campeonato após somar três vitórias e uma derrota em um grupo com cinco judocas da categoria J2 -57 quilos.

A tricampeã paralímpica perdeu na estreia para a ucraniana Inna Sych, atual vice-campeã mundial e da Europa. Mais tarde, ela não deu trégua às rivais, vencendo a brasileira Lucía Araújo, a croata Jelena Breskovic e a ucraniana Lludmyla Yakymchuk no tatame por ippon.

Por seu lado, Daniel Gavilán demonstrou em Portugal a boa forma que atravessa e que deixou claro em 2022 com duas medalhas de bronze no Mundial e no Europeu. O espanhol conquistou o mesmo metal no país vizinho ao vencer o veterano canadense Justin Karn por wazari nas quartas de final. Nas semifinais acabou perdendo por ponto de ouro para o cazaque Anuar Sariyev, atual vice-campeão paraolímpico. Por fim, Gavilán derrotou o brasileiro Thiago Da Silva por ippon na disputa pela medalha de bronze.

Também a caminho de Portugal esteve a jovem madrilenha María Manzanero, que perdeu nos quartos-de-final para a americana María Liana Mutia, e mais tarde também perdeu no play-off com a canadiana Christina Mowatt na categoria J1 -57 quilos.

Judô, um esporte com adaptações mínimas

O judô é um dos esportes com menos modificações para cegos e é necessário apenas que as lutas comecem com os dois atletas se abraçando. Se forem soltos, o árbitro para para que sejam pegos novamente.

Atualmente, existem duas categorias de competição, J1 (cegos) e J2 (deficientes visuais) com modificações mínimas entre elas. Como, por exemplo, o acesso com auxílio ao tatami ou ao nível do indicativo do vestuário.

Com este novo regulamento, aprovado após os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, os judocas J1 e J2 não competem entre si a menos que não haja participantes suficientes, pelo que por mútuo acordo, podem fazê-lo.

Existem também algumas outras modificações relacionadas com a forma como os árbitros transmitem os sinais aos atletas, uma vez que não o poderão fazer por gestos, como habitualmente se faz. Além disso, neste esporte há uma alta participação de pessoas com surdocegueira, por isso a forma de dar-lhes avisos também é adaptada ao toque e incluída no regulamento.

Cedric Schmidt

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