Crise nas emergências de Portugal cresce com demissões em três hospitais

Lisboa, 30 Nov (EFE) que este problema “crónico” vai “melhorar”.

Às demissões anunciadas segunda e terça-feira nos hospitais Garcia de Orta e Amadora-Sintra, ambos na região de Lisboa e Vale do Tejo, juntaram-se mais demissões esta quarta-feira em Ponta Delgada, no arquipélago dos Açores.

As demissões ocorrem sobretudo por falta de pessoal para cobrir os turnos, problema que se arrasta em vários hospitais e que gerou polémica no verão passado que levou à demissão da então ministra da Saúde, Marta Temido.

SITUAÇÃO “CRÔNICA”

A situação nas emergências portuguesas é “crónica” e “não há nada de novo”, defendeu hoje o atual ministro da Saúde, Manuel Pizarro, durante uma audição no Parlamento.

Pizarro garantiu que acompanha com “preocupação” as demissões dos últimos dias, mas minimizou a gravidade do assunto e defendeu que se tratam de casos isolados.

“Estou muito preocupado que haja problemas graves em quatro ou cinco emergências, mas não deixo de frisar que isso significa que mais de 80 emergências funcionam regularmente a qualquer momento no país”, defendeu.

O chefe da Saúde salientou que há “algumas horas de grande afluência” nas urgências, mas não ocorrem todos os dias nos mesmos hospitais.

“Temos muitos problemas que estou convencido de que vão melhorar”, insistiu.

A falta de médicos é um problema recorrente em Portugal, onde as urgências foram encerradas nos últimos meses, sobretudo obstetrícia e maternidade, porque não havia profissionais suficientes para cobrir todos os turnos.

O governo socialista português aprovou em setembro uma reforma do Serviço Nacional de Saúde (SNS), cujo eixo central é a criação de uma direção executiva para coordenar toda a prestação de serviços da rede pública.

Além disso, aumenta a autonomia dos centros de saúde, também na contratação de recursos humanos, e cria um regime de tempo integral para tentar atrair mais trabalhadores de saúde para o SNS, que será voluntário e começará a ser aplicado entre os médicos.

Pizarro reconheceu no início deste mês que os problemas de falta de médicos no país vão continuar por dois ou três anos, mas garantiu que estão a trabalhar para encontrar uma solução a nível estrutural.

O Executivo abriu mais vagas para a formação de médicos e trabalha com as autarquias para resolver os problemas de alojamento destes profissionais quando lhes é atribuído um destino.

Joseph Salvage

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