Abrindo caminho para a mão da engenharia

quinta-feira, 30 de junho de 2022 | 5h30

Liz Geraldine Zschach sempre teve um objetivo claro de viajar pelo mundo, estudar, treinar. Ainda muito jovem, deixou seu lar acolhedor, na cidade de Leandro N. Alem, e se estabeleceu em Posadas para cursar Engenharia Química na Faculdade de Ciências Exatas, Químicas e Naturais da Universidade Nacional de Misiones (Unam). . Hoje ela tem 27 anos e busca seu terceiro título em uma disciplina pela qual é apaixonada.

Para além da engenharia obtida na Unam, é mestre em Engenharia Química pelo Instituto Politécnico de Bragança (IPB) em Portugal, dupla titulação que obteve em 2020 através do acordo entre a Unam e o IPB.

Desde setembro de 2021 vive e trabalha na Alemanha, onde está concluindo seu doutorado no Instituto de Ciência e Engenharia de Manufatura da Universidade Técnica de Dresden, a maior daquele país.

“Desde o primeiro momento comentei que queria viajar e conhecer vários países, ampliar meu campo profissional, tive o apoio dos meus pais. Estou longe deles, mas não sinto a distância”, sustentou Liz, em diálogo com El Territorio, em sua fugaz visita a Posadas, onde se reencontrou com o lugar onde nasceu: o laboratório da rua Colón.

“Vim de férias e aproveitei para ir para a faculdade onde comecei a trabalhar. Sempre gosto de voltar e manter o vínculo que construí aqui”, disse ela, anunciando seu retorno ao trabalho na Alemanha na próxima semana.

“Estou na divisão de superfícies tratadas a laser, nessa área combino a tecnologia deles com o que já vinha trabalhando aqui, que é a resistência à corrosão. Seria como tornar um material mais resistente à degradação, ou seja, como fazer com que esse material demore mais para se degradar”.

“Quando cursava Engenharia Química, na Exactas, comecei a trabalhar na área de Pesquisa e Desenvolvimento com a Dra. (Claudia) Méndez e depois viajei para uma conferência na Alemanha onde tive contato com esse conhecido cientista argentino que é atualmente meu diretor de tese, Dr. Andrés Lasagni. A bolsa pela qual faço o doutorado é uma bolsa de intercâmbio alemã de muito prestígio, é competitiva, vários cientistas de diferentes partes do mundo participam e permitem que os selecionados vão para a Alemanha fazer o doutorado”, explicou o jovem engenheiro.

O resultado de tantas horas de dedicação à ciência tornou-se visível nos concursos e candidaturas que permitiram a Liz abrir caminho no mundo.

“Quando eu era aluno da Exactas, concorri a uma bolsa de estudos concedida pela Sociedade Argentina de Materiais e pela Embaixada da Alemanha aos quinze melhores do país, fiquei em sexto na ordem de mérito. A questão é que quando ganhei aquela bolsa, já havia me candidatado à bolsa de dupla titulação por meio do convênio entre a Unam e o IPB, de Portugal. Ambas as bolsas ao mesmo tempo. Basicamente fui a Portugal e depois ao congresso na Alemanha”, contou.

“O mestrado permitiu-me trabalhar, porque é válido em toda a Europa, por isso o acordo que a Unam sempre se destacou”, disse o caçula de quatro irmãos que confessa uma grande unidade familiar apesar da distância física.

“No ensino médio estudei inglês e antes de ir para Portugal exigem comprovação do seu nível de inglês, então fiz a escola de idiomas da Faculdade de Exactas para demonstrar minha competência. E lá fiz os cursos de português europeu. Embora eu venha de uma família de imigrantes alemães e conhecesse um pouco a língua, mas justamente a bolsa para esse doutorado inclui uma bolsa para estudar alemão, então eu falo as quatro línguas”, destacou.

“Acho que a língua é uma das barreiras mais importantes que temos que abrir para o resto do mundo. A área acadêmica tem um nível muito bom, mas você sempre tem que trabalhar a barreira do idioma”, afirmou.

Calvin Clayton

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